As experiências de consciência após a morte
clínica não se limitam à visão de túneis de luz e escolhas de
retornar.[Imagem: Wikimedia]
Foram divulgados os resultados do maior estudo já realizado sobre a "consciência humana na hora da morte".
O estudo internacional durou quatro anos e envolveu 2.060 casos de parada cardíaca em 15 hospitais. [Veja Tópico Após Este Texto]
Veja as principais conclusões publicadas pela equipe:
- Termos amplamente utilizados, ainda que cientificamente imprecisos, como experiências de quase-morte e experiências fora do corpo podem não ser suficientes para descrever a experiência real da morte.
- Os temas relacionados com a experiência da morte parecem ser muito mais amplos do que o que tem sido considerado até agora, ou o que tem sido descrito nas chamadas experiências de quase morte.
- Em alguns casos de parada cardíaca, memórias da consciência visual compatíveis com as chamadas experiências fora do corpo podem corresponder com os eventos reais.
- Uma elevada proporção das pessoas pode ter experiências vívidas da morte, mas não se lembram delas devido aos efeitos da lesão cerebral ou dos analgésicos sobre os circuitos de memória.
- As experiências envolvendo o momento da morte merecem investigações [científicas] genuínas sem preconceitos.
Consciência após a morte
Este novo estudo, chamado AWARE (sigla em inglês para consciência
durante a ressuscitação), foi patrocinado pela Universidade de
Southampton, no Reino Unido, mas envolveu pacientes de 15 hospitais no
Reino Unido, nos Estados Unidos e na Áustria.
A grande novidade é que os pesquisadores testaram a validade das
experiências relatadas pelos pacientes utilizando marcadores objetivos,
para determinar se as alegações de consciência compatíveis com
experiências fora do corpo correspondiam a eventos reais ou eram
alucinatórias.
Eles afirmam que não há fundamentação científica para chamar as
experiências de quase morte ou as experiências fora do corpo de
"alucinatórias ou ilusórias", uma vez que são poucos os estudos
objetivos sobre essas experiências e que os relatos da experiência fora
do corpo foram comprovados em pelo menos um caso.
Com base em sua experiência, e para dar maior validade científica aos
estudos futuros, os pesquisadores recomendam que seus colegas
concentrem-se nos casos de parada cardíaca, que é considerada
biologicamente sinônimo de morte, em vez de estados mal definidos,
algumas vezes citados como "quase-morte".
Lembranças mais ricas
Entre aqueles que relataram uma percepção de consciência - 46% do
total - experimentaram uma ampla gama de lembranças mentais em relação à
morte que não eram compatíveis com o termo comumente usado de
experiências de quase morte, incluindo medo e perseguições - os relatos
tão comuns de "túneis de luz" não são a maioria.
Apenas 9% teve experiências compatíveis com esse padrão que comumente
se fala sobre experiências de quase morte, e 2% apresentaram plena
consciência, compatível com experiências fora do corpo, com lembranças
explícitas de "ver" e "ouvir" eventos.
Curiosamente, 39% dos pacientes que sobreviveram a paradas cardíacas e
puderam ser entrevistados descreveram uma percepção de consciência, mas
não tinham qualquer lembrança explícita de eventos.
"Isto sugere que mais pessoas podem ter atividade mental
inicialmente, mas então perdem suas memórias após a recuperação, quer
devido aos efeitos da lesão cerebral ou dos sedativos sobre as
lembranças," explicou o Dr. Sam Parnia, da Universidade Estadual de Nova
Iorque (EUA).
Confirmação objetiva
Um dos casos pode ser confirmado graças a gravações realizadas durante a parada cardíaca.
"Isto é significativo, uma vez que tem sido assumido que as
experiências em relação à morte são provavelmente alucinações ou
ilusões, ocorrendo quer antes de o coração parar ou depois que o coração
foi reanimado, mas não uma experiência correspondente a eventos 'reais'
quando o coração não está batendo," disse o Dr. Parnia.
"Neste caso, a consciência e o alerta parecem ter ocorrido durante um
período de três minutos, quando não havia batimento cardíaco. Isto é
paradoxal, já que o cérebro deixa de funcionar normalmente dentro de 20 a
30 segundos depois de o coração parar e não retoma novamente até que o
coração seja reanimado. Além disso, as lembranças detalhadas da
consciência visual, neste caso, foram consistentes com eventos
verificados," disse o cientista.
O pesquisador afirma que a possibilidade de confirmação de apenas um
caso é insuficiente para uma conclusão definitiva, e recomenda a
realização de "novos estudos objetivos sem preconceitos" com o tema.
- Experiências de Quase Morte são mais reais que a realidade
Começa o maior estudo já feito sobre Experiências de Quase-Morte
Experiências de quase-morte
A Universidade de Southampton, na Inglaterra, está iniciando o maior estudo já feito no mundo sobre experiências de quase-morte.
O AWARE (AWAreness during REsuscitation: consciência durante a ressuscitação) foi lançado
pelo Projeto de Consciência Humana, uma colaboração internacional de
cientistas e médicos que juntaram forças para estudar o cérebro humano, a
consciência e a morte clínica.
O estudo é coordenado pelo Dr. Sam Parnia, um especialista no campo
da consciência durante a morte clínica, juntamente com o Dr. Peter
Fenwick e os professores Stephen Holgate e Robert Peveler.
A morte é um processo
Dando seqüência a uma fase piloto de 18 meses de duração em hospitais
da Inglaterra, o estudo agora está sendo expandido para incluir outros
países da Europa e da América do Norte.
"Contrariamente à percepção popular," explica o Dr. Parnia, "a morte
não é um momento específico. Ela é um processo que começa quando o
coração pára de bater, os pulmões param de trabalhar e o cérebro deixa
de funcionar - uma condição médica chamada interrupção cardíaca que, de
um ponto de vista biológico, é sinônimo de morte clínica.
"Durante a interrupção cardíaca, todos os três critérios de morte estão presentes.
Segue-se então um período de tempo, que pode durar de alguns segundos
até uma hora ou mais, no qual os esforços de emergência médica podem ter
sucesso em fazer o coração voltar a bater e reverter o processo da
morte. O que as pessoas experimentam durante esse período de interrupção
cardíaca oferece uma janela única para o entendimento daquilo que nós
todos deveremos experimentar durante o processo de morrer."
Experiências fora do corpo
Um grande número de estudos científicos sobre o fenômeno de
quase-morte, conduzidos por pesquisadores independentes, têm demonstrado
que entre 10 e 20 por cento das pessoas que passam pela interrupção
cardíaca relatam processos de pensamentos lúcidos e bem estruturados,
raciocínio, memórias e algumas vezes lembranças detalhadas dos eventos durante o seu encontro com a morte.
Durante o estudo AWARE, os médicos irão utilizar tecnologias sofisticadas
para estudar o cérebro e a consciência durante a interrupção cardíaca.
Ao mesmo tempo, eles irão testar a validade das experiências fora do
corpo e declarações que as pessoas fazem de serem capazes e ver e ouvir
durante a interrupção cardíaca.
Monitoramento do cérebro
O estudo AWARE será complementando pelo BRAIN-1 (Brain Resuscitation Advancement International Network
1 - Rede Internacional de Avanços em Ressuscitação do Cérebro - 1), no
qual a equipe de pesquisadores irá conduzir uma variedade de testes
psicológicos em pacientes que passaram pela interrupção cardíaca, assim
como utilizar técnicas de monitoramento cerebral que visam identificar
métodos para melhorar o cuidado médico e psicológico de pacientes que
passam pela interrupção cardíaca.
O início das pesquisas com as experiências de quase-morte foi
anunciado pelo Dr. Parnia durante um simpósio internacional ocorrido na
sede da ONU.
Experiências de Quase Morte são mais reais que a realidade
Cientistas da Universidade de Liège, na França, demonstraram que os
mecanismos neurológicos envolvidos nos fenômenos de Experiências de
Quase Morte são vívidos demais para serem apenas imaginação ou sonhos.
O estudo mostrou que a percepção durante a Experiência de Quase Morte não só é mais vívida do que eventos imaginados, mas também mais vívida do que os eventos reais que a pessoa vivenciou.
Os resultados foram publicados na revista científica PLOS ONE.
Experiências de Quase Morte
Ver uma luz brilhante,
atravessar um túnel, ter a sensação de estar em outra realidade, ou
deixar o próprio corpo, vendo-se fora dele, são algumas das
características do conhecido, mas pouco compreendido, fenômeno chamado
Experiência de Quase Morte.
Sem instrumentos para avaliar esses eventos,
muitos cientistas preferem colocá-los de lado, atribuindo-os a
alucinações, defesas psicológicas ou produtos de disparos elétricos
aleatórios do cérebro.
De fato, de um ponto de vista científico-experimental
estrito, essas experiências são difíceis de estudar na medida em que
ocorrem em condições incontroláveis, quase impossibilitando estudá-las
em tempo real.
Assim, os cientistas da Universidade de Liège tentaram uma abordagem diferente.
Eles levantaram a hipótese de que, se as memórias da Experiência de
Quase Morte fossem puros produtos da imaginação, suas fenomenologias
características (por exemplo, detalhes sensoriais, emocionais,
autorreferenciais etc.) deveriam ser muito semelhantes às das memórias
imaginadas.
Inversamente, se a Experiência de Quase Morte for experimentada de um modo semelhante ao da realidade, as suas características deveriam estar mais próximas das memórias de eventos reais recentes.
Eles testaram essa hipótese em três grupos de voluntários - um grupo
de pessoas que viveram a Experiência de Quase Morte, um segundo grupo de
pessoas que estiveram em coma, mas não relataram a experiência, e um
grupo de pessoas saudáveis.
Um "quase" muito real
Os resultados foram surpreendentes.
Não apenas as memórias das Experiências de Quase Morte são diferentes
das memórias imaginadas, como também elas apresentam características
fenomenológicas típicas das memórias de eventos reais.
Mais do que isso, as características fenomenológicas das experiências
de quase morte são mais numerosas do que aquelas das memórias de
eventos reais.
Os
indivíduos que tiveram Experiências de Quase Morte são representados
pelas barras pretas - os eventos de quase morte estão no grupo à
esquerda (Target). [Imagem: Thonnard et al./PLOS One]
Vários estudos têm analisado esses episódios, mas quase todos se
agrupam em teorias de origem psicológica e de origem cerebral das
experiências.
O problema, segundo Marie Thonnard e seus colegas, é que nenhuma
dessas teorias é capaz de explicar inteiramente os fenômenos
pesquisados.
Segundo a equipe, uma outra rota possível de entendimento pode ser
explorada tentando ver os fenômenos psicológicos e fisiológicos como
fatores associados, e não contraditórios.
O espírito que deixa momentaneamente o corpo, e depois retorna - a
explicação mais plausível para todos que não são cientistas - ainda não é
uma hipótese levada em consideração nos estudos porque os cientistas
nunca encontraram provas materiais de que o espírito exista.
[Fonte: Diário da Saúde]
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