Há uma grande diferença entre praticar uma religião e experimentar um relacionamento com Deus. Há uma grande diferença entre religião e salvação. Há muitas religiões, mas um só Deus e um só Evangelho. Religião vem dos homens; "O Evangelho é o poder de Deus para a salvação por meio de Jesus Cristo". Religião é o ópio do povo; Salvação é presente de Deus ao homem perdido. Religião é história do homem pecador que precisa fazer alguma coisa para o seu deus imaginado. O Evangelho nos diz o que o Deus Santo fez pelo homem pecador. Religião procura um deus; O Evangelho é a Boa Nova de que Jesus Cristo procura o homem que se encontra no caminho errado. "Porque o Filho do Homem veio salvar o que se havia perdido" (Mateus 18:11). O Evangelho muda o ser humano por dentro por meio da presença do Espírito Santo de Deus em seu coração. Nenhuma religião tem um salvador ressuscitado, que perdoa os pecados e dá vida eterna, pois só Jesus Cristo venceu a morte. Por isso, dirija-se só a Jesus Cristo. Ele é o único que pode perdoar os seus pecados e lhe dar vida nova nesta vida e vida eterna no reino de Deus. "Crê no Senhor Jesus, e serás salvo" (Atos 16:31). "E o sangue de Jesus , Seu Filho, nos purifica de todo o pecado" (I João 1:7). Receba a Jesus AGORA em seu coração como seu Salvador e como único Senhor de sua vida. "Hoje, se ouvirdes a sua voz, não endureçais os vossos corações"; "Hoje é o dia da Salvação". E depois de aceitar a Cristo Ele diz: "Se me amais, guardai os meus mandamentos" (João 14:15). "Se guardardes os meus mandamentos, permanecereis no meu amor; do mesmo modo que eu tenho guardado os mandamentos de meu Pai, e permaneço no seu amor" (João 15:10). "Aquele que tem os meus mandamentos e os guarda esse é o que me ama; e aquele que me ama será amado de meu Pai, e eu o amarei, e me manifestarei a ele" (João 14:21).

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DOUTRINA DA REVELAÇÃO - PARTE V



REVELAÇÃO ESPECIAL

Por: Jorge Schemes

1. A Necessidade:

Mesmo antes da queda a revelação especial foi necessária em alguns aspectos. Precisamos refletir que a revelação geral não era suficiente, e após a queda a natureza humana foi obscurecida pelo pecado. O homem não pode fazer uma leitura correta da natureza quando está obscurecido pelo pecado, por isso, na qualidade de crentes não precisamos nos inquietar com o que dizem os paleontólogos e biólogos em suas conjecturas e teorias. A leitura da natureza está obscurecida pelo pecado. A revelação geral pode indicar a existência de Deus, mas não pode ir mais além, pois se Deus não “falasse” a nós, ainda permaneceríamos em trevas. Para os homens pós-iluministas, adeptos do cientificismo, educados para não aceitar a idéia do sobrenatural, a revelação geral e especial simplesmente são ignoradas. Até mesmo alguns teólogos têm negado o sobrenatural. São teólogos da alta crítica que rejeitam o sobrenatural. Assim, muitos teólogos têm negado o sobrenatural. Para muitos destes teólogos temos que desmistificar a bíblia, pois os mitos fazem parte do passado. Desta maneira, podemos detectar três faces na negação da revelação especial, ou seja: 1. Metafísica – com os filósofos da idade média; 2. Teológica – com os teólogos da alta crítica colocando a bíblia como um livro que aborda o passado histórico sem o sobrenatural; 3. Científica – com o cientificismo tecnológico de nossos dias.
Contudo, apesar de trazer enormes contribuições para a humanidade, a ciência não tem solucionado os problemas básicos dos seres humanos. Há algumas questões que impõem uma certa limitação a ciência, ou seja: Há Deus? Ele pode ser conhecido? Qual é a autoridade da vida? Que é a morte? O homem não pode ser a solução para estas questões, a solução tem que vir de uma autoridade fora dele. Quanto a pergunta: é possível conhecer a Deus? Somente a sua personalidade pode ser parcialmente conhecida por meio da revelação especial. A pessoa é que se revela a nós, se Deus não fala não há maneira de conhecê-lo. Por essa razão as questões finais da vida só podem ser respondidas por aquele que é o autor da vida. A fé me leva a liberdade. Há um magnetismo em Jesus Cristo que homem algum é capaz de explicar. Apenas Deus pode satisfazer os problemas humanos. A bíblia como revelação especial apresenta respostas às questões que tem a ver com os dilemas humanos relacionados a origem (de onde vimos?), propósito (porque estamos aqui?), destino (para onde vamos?). Somente o conhecimento de Deus pode tirar as pessoas das trevas. Na bíblia encontramos mais de 359 vezes a expressão “assim diz o Senhor”. Deus falou por meio de muitas formas (Cf. Hebreus 1:1). Deus se revelou como um Deus pessoal e fez suas revelações pessoalmente. Porém, o mundo secularizado não crê na palavra de deus como fonte de revelação. Há uma verdadeira desinformação a respeito do cristianismo básico. E por outro lado há também uma informação equivocada do cristianismo que contém muitos erros.
Há um lugar dentro deste contexto para pensarmos no direito da autovalidação. Consideremos algumas proposições: 1. Cada pessoa tem o direito de falar por si (Cf. S. João 5:31). 2. Algumas verdades não poderiam ser conhecidas se não por meio de Deus, que as conhece em primeira instância. 3. Se não podemos acreditar completamente naquilo que a bíblia fala de si, então não podemos crer em nenhuma outra coisa do que a bíblia fala. 4. A bíblia não apenas diz que é a palavra de Deus, ela de fato é a palavra de Deus (temos o direito de usar a apologia para defender a palavra de Deus). 5. A pessoa de Cristo (Cf. Mateus 16:15 e 16), se Jesus disse quem é, o filho de Deus, ele não pode ser comparado com outro. Logo, suas doutrinas são normativas.

2. O Caráter Dinâmico da Revelação:

Quando os escritores da bíblia falam a respeito da revelação de Deus, falam freqüentemente da palavra de Deus (YHWH), (Cf. I Samuel 3:21; Gênesis 15:1; II Samuel 7:4). Os profetas usam a expressão: “DABAR YHWH” (A Palavra de Javé), (Cf. Amós 1:1). Nas introduções dos livros proféticos de Jeremias e Ezequiel é freqüente a expressão DABAR YHWH. Em Salmos 36:6 a palavra de Deus está relacionada a criação, o que revela que é uma palavra dinâmica e tem um conteúdo. Em Gênesis 1:1 a palavra BARAH (criar) revela dinamicidade, pois se refere a criar do nada (sem matéria). Jeremias 8:9 revela uma distinção entre o que Deus diz e o que disseram os homens educados de seus dias. A palavra hebraica DABAR é usada no Antigo Testamento para designar: palavra, conceito, matéria, conteúdo, mandamentos. O discurso é a mais clara expressão do pensamento. Assim é com Deus, seu pensamento é expresso de várias formas por meio de sua palavra. O paralelismo hebraico e grego tem a palavra como algo vivo. A palavra é o sopro, o discurso de Deus que leva o seu poder. É uma palavra que tem o poder de criar do nada as coisas materiais. A palavra grega RHEMA é usada no Novo Testamento como sinônima de DABAR (Cf. Septuaginta, Hebreus 11:3). Assim com DABAR, RHEMA significa: palavra, conceito, conteúdo. (Cf. Gênesis 18:4 = DABAR; Lucas 1:37; 2:15 = RHEMA). Em alguns lugares RHEMA significa as promessas de Deus (Cf. Romanos 9:6). RHEMA THEOU (a palavra de Deus tem conteúdo), (Cf. Atos 4:31; 13:46; 17:13; Colos. 1:25). A palavra grega LOGOS usada no prólogo do evangelho de João é a mais distintiva e está repleta de significados. LOGOS significa muito mais do que verbo. É o pensamento e a razão por trás, é uma transição entre a cultura grega e judaica e agora é repleta de significados. Enquanto DABAR fala do poder de Deus, LOGOS, usada por João é a palavra de Deus presente na segunda criação. Jesus encarna as qualidades da palavra DABAR. Ele é o LOGOS (encarnação da palavra). Jesus é o que ele nos oferece. Em Jesus a completa revelação da palavra acontece.
A palavra de Deus é uma revelação. O agente da primeira criação é o mesmo da segunda. Esta palavra não é somente poder, mas autoridade também. A revelação é poder e autoridade. (Cf. Isaías 52:10, 53:1). Revelar não é algo estático, mas algo repleto de poder. A palavra de Deus não é apenas conceitos. Como escreveu Paulo, “o evangelho é o poder de Deus”. Desta maneira, revelação é uma ação de poder e autoridade originada em Deus. Não é somente um conduto, mas é o seu poder. A proclamação pode transformar as situações. Deus existe, e como Deus existe ele se comunica, assim, há uma revelação especial em sua palavra. Apesar das escrituras sagradas não apresentarem informações detalhadas de como a revelação ocorreu, elas nos apresentam um testemunho conclusivo. (Cf. II Timóteo 3:16). Em Daniel 2:20 a 22 está escrito que Deus revela o profundo e o escondido, há um conteúdo na revelação de Deus. Deus não é apenas o revelador, mas o objeto da revelação também. Deus revela a si mesmo, ele é o objeto/sujeito da revelação. Deus revela um conteúdo e a si mesmo. (Cf. I Samuel 3:21). Deus revela informações e conteúdos. (Cf. Deuteronômio 29:29). Deus revela sua glória. (Cf. Isaías 40:5, Romanos 8:8). Deus revela sua justiça, sua ira, enfim, seus atributos (antropomorfismo). Revelar e revelação estão juntos com atos e doutrinas. “Deus não fará coisa alguma, sem antes revelar seus segredos aos seus servos os profetas” - Amós 3:7. A palavra segredos no hebraico é SODH, e significa aquilo que se discute em uma assembléia. Em revelação Deus anunciou o destino de Tiro; o profeta Daniel usa a mesma palavra no capítulo 10:1 (o conflito entre Grécia e Pérsia). No Novo Testamento o evangelho foi revelado. Paulo, o apóstolo, recebeu o evangelho por meio da revelação, o mistério que foi revelado (Cf. Gálatas 1:11, Efésios 3:4, 5). Estes textos apontam para duas verdades importantes: nenhum homem produziu a revelação e a revelação tem um conteúdo.

3. Características da Revelação Especial:

A revelação especial é indispensável, pois o homem é pecador. A revelação especial é sempre uma iniciativa de Deus, a qual vem a pessoas específicas escolhidas por ele. A revelação especial ocorre em situações concretas, ou seja, leva em consideração a cultura e a pessoa. Tem um aspecto antrópico porque Deus fala de onde o ser humano está. Deus usa a língua das pessoas e não a linguagem do céu (antropia). Desta maneira, a bíblia como revelação especial não foi infectada pela humanidade, mas foi afetada pela humanidade manifestada no ser. A revelação especial é remediadora, somadora e redentora. Os teólogos falam de diferentes nomes quando se referem a revelação especial, vejamos alguns:
1. Revelação MEDIADA, porque usa um meio, há um meio.
2. Revelação CÓSMICA, porque ela deve entrar em nosso mundo; (Abraham Kyeper).
3. Revelação SACRAMENTAL, porque é Deus quem utiliza as coisas da nossa realidade como sinais exteriores para comunicar verdades eternas; (Calvino, Lutero e Barth).
4. Revelação ANTRÓPICA, porque Deus se ajusta a nós e a nossa realidade, há uma condescendência divina; (Bernard Ramm).
5. Revelação ORGÂNICA, porque apresenta um conteúdo; (Berckauwer).
6. Revelação DINÂMICA, porque é acompanhada de poder e conteúdo; (IASD).

Diante do exposto nesta série de artigos, surge uma pergunta: é a revelação especial proposicional (conteudista) ou apenas um encontro? A neo-ortodoxia tem negado e rejeitado o aspecto proposicional da revelação e alegado que se trata de um encontro. Tradicionalmente a igreja de Cristo aceita que ela é proposicional (contém proposições, conteúdos). Mas, o que diz a bíblia? A palavra é a autoridade final. Tanto a posição tradicional quanto a neo-ortodoxia concordam em alguns pontos: que a revelação especial começa com Deus e é necessária, porém para a teologia tradicional há um conteúdo, enquanto para a neo-ortodoxia há apenas um encontro. O fato é que Deus revela o mistério (Cf. Daniel 2:20, 22, 46,47). As frases mais comuns no Antigo Testamento são: “disse Deus, a palavra de Deus veio a mim, assim diz o Senhor, ouvi a palavra do Senhor”. Em Gênesis 11:7 o verbo ouvir significa entender, o que demonstra que era algo que tinha conteúdo. (Cf. Mateus 11:25, 27, Efésios 3:1 a 3). Com certeza na revelação especial ocorre um encontro, mas há comunicação do conhecimento. O cristianismo é um encontro com Deus, mas há neste encontro um conteúdo.

REFLEXÃO: QUANDO NÃO HÁ ESPERANÇA

QUANDO NÃO HÁ ESPERANÇA...

Por: Jorge Schemes
Desânimo, frustração, desapontamento e sentimento de solidão, tudo isso acompanha aqueles que perderam a esperança. São pessoas sem crença, sem fé e vazias porque não podem ver além. Milhares hoje vivem sem esperança de melhoras, sem esperança de viver por muito tempo, sem esperança de salvação. Até mesmo os discípulos de Jesus tiveram este sentimento porque lhes faltaram a fé e a esperança quando presenciaram as cenas finais que envolveram a vida do salvador. Os discípulos no caminho de Emaús estavam sobrecarregados com a falta de fé e totalmente desesperançados a ponto de exclamarem com o coração cheio de tristeza: “e nós pensávamos que fosse ele que remiria Israel!”. (Cf. Lucas 24:13-24).
O fato é que longe de Deus não pode haver esperança. Você já viveu sem Deus algum dia? Todos nós já experimentamos a separação causada pelo pecado entre nós e Deus. Está escrito: “Naquele tempo, estáveis sem cristo, separados da comunidade de Israel e estranhos às alianças da promessa, não tendo esperança e sem Deus no mundo”. Essa era a situação de muitos, milhares nos dias de Jesus; aquele foi um dos momentos mais sombrio da história da humanidade, onde a fisionomia dos homens deixava transparecer sofrimento, miséria, dor, desespero, falta de fé, e, em muitos estava estampada a fisionomia de demônios, eram pessoas vivendo no vale da sombra da morte, sem esperança de salvação. Um exemplo clássico dos evangelhos é o de Maria Madalena. Uma mulher vivendo sem esperança de perdão e sem esperança de vida. Jesus apareceu como resposta, e suas palavras foram de esperança e não de condenação quando disse: “... Eu também não te condeno, vá e não peques mais”. Maria era uma ovelha perdida e sem esperança de vida. Mas, o bom pastor dá sua vida pelas ovelhas. Nos braços do pastor ela encontrou vida e esperança. Outro exemplo clássico e oposto é o de Nicodemos. Apesar de ser um profundo conhecedor da Lei vivia sem esperança de salvação; apesar de sua religiosidade aparente vivia sem espiritualidade genuína. Nicodemos fazia suas boas obras para ser, mas Jesus lhe declarou que ele devia ser primeiro para depois fazer.
Jesus era a própria esperança encarnada, por onde passava deixava um trilho de luz e um raio de esperança nos corações. Na presença de Jesus o maior pecador sentia que ainda era humano, que ainda era possível, que nem tudo estava perdido. Cristo comunicava nova vida, novas forças. Ele era a própria bondade. Bartimeu, o cego que mendigava para sobreviver aproveitou a passagem de Jesus para buscar o que mais precisava, esperança. Hoje, Jesus ainda está passando; nos cultos da igreja, no estudo diário da Palavra de Deus, nas músicas espirituais e hinos de louvor, quando dobramos os joelhos e quebrantamos o nosso coração endurecido pelo pecado; quando ouvimos a Palavra Sagrada, quando estamos reunidos em nome de Jesus. Há um cântico que diz: “Deus está aqui, aleluia; tão certo como o ar que eu respiro, tão certo como o amanhã que se renova, tão certo como eu te falo e podes me ouvir”. Reflita: tem você aproveitado a passagem de Jesus como fez Bartimeu? É preciso um ato de fé. Lançar de sobre si a capa da falsidade e ser honesto com Deus e franco na comunicação com Ele. É necessário lançar de sobre si a capa que nos atrapalha e levantar-se, e isso é um ato de fé. É preciso lançar fora o orgulho, a auto-suficiência e nos levantar ao encontro de Jesus pela fé. É quando nos ajoelhamos que nos levantamos. O caminho para cima exige joelhos dobrados e coração arrependido. Diante de Jesus a capa de nossa aparente justiça não tem valor. Às vezes será preciso descer como o fez Zaqueu. Ser humilde e estar aos pés de Jesus em oração e confissão. Nos colocar totalmente desamparados e dependentes de seu poder e de seu espírito. Jesus é a nossa esperança e não haverá, jamais poderá haver, salvação sem comunhão com Ele. Longe do Pai Celestial tudo é incerto e relativo. O filho pródigo tem que sentir o abraço do Pai para sentir vida novamente. Está escrito: “o espírito de cristo em nós produz esperança... Cristo em vês a esperança da glória”. (Cf. Colos. 1:27).
A esperança do cristão verdadeiro vai além desta vida. Está escrito: “Portanto a graça de deus se manifestou salvadora a todos os homens, educando-nos para que, renegadas a impiedade e as paixões mundanas, vivamos no presente século sensata, justa e piedosamente. Aguardando a bendita esperança e a manifestação da glória do nosso Deus e salvador Cristo Jesus. Temos uma bem aventurada esperança, temo que alguns já tenham perdido...”. (Cf. Tito 2:13). A ressurreição de Jesus nos trouxe esperança, Pois Deus nos redimiu para termos esperança. Está escrito: “... nos regenerou para uma viva esperança, mediante a ressurreição de Jesus cristo dentre os mortos”. (Cf. I Pedro 1:3). “E a si mesmo se purifica todo o que nele tem esta esperança, assim como Ele é puro”. (Cf. São João 3:3). “A esperança não traz confusão...”. (Cf. Romanos 5:5). “Alegrai-vos na esperança...”. (Cf. Romanos 12:12). “Se esperamos em cristo só nesta vida somos os mais infelizes...”.(Cf. I Coríntios). “Esperamos novos céus e nova terra...”. (cf. II Pedro 3:9-13).

DOUTRINA DA REVELAÇÃO PARTE IV

REVELAÇÃO GERAL

Por: Jorge Schemes

Há duas revelações (revelação dupla), ou duas expressões usadas que estão resumidas em Salmo 19:1-13, ou seja:
Salmo 19:1-6 = Por meio da natureza (consciência).
Salmo 19:7-13 = Na Lei do Senhor.
Desta maneira podemos classificar a revelação em duas, ou dois “livros”, ou seja:
Salmo 19:1-6 = Revelação Geral.
Salmo 19:7-13 = Revelação Especial.
Em Hebreus 1:1 está escrito que “Deus falou de muitas maneiras...”.
1. Salmo 19:1-6 = revela duas maneiras, por meio da natureza e da consciência (revelação geral). Será válido analisar resumidamente por meio da história as idéias defendidas em relação a revelação geral:

Thomas de Aquino: A mente natural ajudada pela “analogia entis” (analogia do ser) pode provar a existência de Deus e sua perfeição. O Catolicismo tem chegado por meio da analogia entis à teologia natural. Para os Católicos o homem pode chegar a algumas verdades sem a graça, sem o espírito de Deus, por meio da teologia natural, usando a razão (imago dei). Thomas de Aquino tem quatro argumentos para chegar a prova da existência de Deus:
1. Argumento cosmológico: As coisas existentes apontam para a existência de um Deus criador.
2. Argumento teleológico: Há a necessidade de uma ordem, pois há um propósito nas coisas, há um disígnio.
3. Argumento ontológico: Tem que ver com o ideal de perfeição dentro do homem imperfeito. Isso sugere uma fonte maior que o homem.
4. Argumento antropológico: A inteligência dentro do homem e a capacidade humana de transcender-se dentro de si mesmo. Como pode a personalidade advir da impersonalidade?
Estes quatro argumentos de Thomas de Aquino fazem parte da tradição que ficou conhecida como Tomismo. Os argumentos da tradição Tomista ainda são válidos hoje.

Teologia Liberal: É construída sobre o fundamento da revelação geral. Anula a necessidade da revelação especial. Os teólogos liberais afirmam que a revelação geral é suficiente para a salvação. A questão que deve ser levantada é: se os homens podem se salvar observando as coisas, a natureza, então os homens podem se salvar sem Cristo? Todavia, há alguns teólogos que negam a possibilidade de uma revelação geral:
Karl Barth: Afirma que há um abismo qualitativo entre Deus e o homem. Nega a possibilidade de uma revelação geral. Barth é contra a teologia católica da Teologia Natural. Afirma que não há revelação “analogia entis”, além disso, Barth viveu no contexto histórico da segunda guerra mundial e do nazismo de Adolf Hitler, época em que muitos cristãos acreditavam que o nazismo fazia parte do plano de Deus para este mundo, assim, Barth rejeitou a teologia natural e a revelação geral. A analogia entis para Karl Barth fazia parte do anticristo. Quando super valorizada a revelação geral pode levar as pessoas a rejeitar a revelação especial.

Agostinho; Lutero; Calvino, Charles Hodge e Warfield: Todos argumentam a favor da existência de uma revelação geral, mas esta é limitada. A revelação geral está disponível a qualquer um, basta abrir os olhos para ver.

Berkouwer; Kuyper e Van Til: Também admitem uma revelação geral, mas negam que ela possa comunicar conhecimento a qualquer pessoa. Há um pré-requisito para entender a revelação geral, que é aceitar a revelação especial. Alegam que somente a mente regenerada pode ver a revelação geral.

A Bíblia e a Revelação Geral:
Há duas classificações: Por revelação geral não estou me referindo a teologia natural, pois a revelação geral é distinta da teologia natural católica. A revelação geral não rejeita a revelação especial, ou seja, não pode obscurecer a necessidade da revelação especial. A bíblia dá testemunho das coisas criadas. Deus tem feito uma revelação por meio das coisas criadas (revelação geral na natureza): (Cf. Salmo 19:1-6; Jó 36:24-37:24; Jó 38:1-39:30; Salmos 8:3-4; Isaías 40:12-15; Atos 14:15, 17; Atos 17:24-31; Romanos 1 e 2).
Romanos 1:19, 20,23 – Por meio da natureza até mesmo os gentios podem conhecer a Deus. Romanos capítulos 1 e 2 são os textos mais sistematizados da bíblia. O verbo grego para conhecer é gnosco (γινωσχω) e tem a ver com a mente, com a consciência. O capítulo 1 de Romanos foi escrito por Paulo para os gentios, onde ele enfatiza a revelação geral por meio da natureza. O capítulo 2 de Romanos Paulo escreveu para os judeus, onde ele enfatiza a revelação especial (a Lei). Todos possuem um conhecimento básico e rudimentar de Deus. Conhecer ou compreender (gnosco) os atributos (grego: teiotes ou τειοτες) que falam da perfeição de Deus sob o Espírito Santo.

Utilidade e Limitações da Revelação Geral:
Deveríamos ser cegos ou nos fazer de cegos para não ver, para negar as evidências. Salmos 14:1 – “O tolo diz: Não há Deus...”. Diz o néscio em seu coração: não há Deus. Jesus disse: RACA = Tolo. Na parábola da casa construída sobre a areia e da casa construída sobre a rocha Jesus disse RACA. Néscio (tolo) é aquele que está fora do Reino de Deus. A ciência procura ser racional, mas é ao mesmo tempo irracional, pois na ordem natural não há espaço para um criador e originador de tudo. Há ordem no caos, esta é a grande surpresa dos cientistas. Sem ordem não pode haver ciência, quem é o autor desta ordem? Há uma confusão hoje entre realidade e verdade. A realidade está fundamentada nos sentidos enquanto que a verdade transcende os sentidos. Desde a queda do homem no pecado a natureza tem sido insuficiente para apresentar a pessoa, a santidade e a justiça de Deus. Há algum conhecimento, mas é impossível conhecer o amor redentivo de Deus. Por meio da revelação geral as diferentes culturas têm chegado a diferentes conclusões sobre Deus, pois o homem tem a sua visão obscurecida pelo pecado. Enquanto o paganismo antigo adorava e cultuava a natureza, o paganismo pós-moderno tem mudado suas divindades.

Comparação entre Revelação Geral e Revelação Especial:

1. Revelação Geral:
· Não é mediada.
· É geral (natureza).
· Acessível a todos.
· É geral no conteúdo.
· Leis naturais.
· Antes da queda (Prélapsariana).
· Antes da redenção (Pré-redentora).
· Não é sotérica em seu propósito.
· Faz uma apelação ao homem como criatura.

2. Revelação Especial:
· É mediada (há um meio).
· É específica.
· Disponível apenas por um meio.
· Específica no conteúdo.
· É sobrenatural.
· É póslapsariana (Depois da queda).
· É sotérica em seu propósito (Pró-redentora).
· Faz uma apelação ao homem como pecador.

O propósito da revelação geral sendo prélapsariana não tem propósito soteriológico, porque não pode conduzir a uma “completa” compreensão de Deus. Não é insuficiente apenas por causa do pecado, ela é inerentemente insuficiente, até mesmo antes do pecado havia necessidade de uma revelação especial. Mesmo antes da queda a revelação geral era insuficiente e a revelação especial era essencial. Desta maneira podemos afirmar que a revelação geral é válida, porém insuficiente. Por causa do pecado e inerentemente há necessidade de uma revelação especial.

Dentre os propósitos da revelação geral podemos destacar os seguintes:

1. Provê uma base por meio da qual é possível fazer uma distinção entre o bem e o mal.
2. As pessoas têm um conhecimento elementar da divindade por meio da revelação geral, o que facilita o testemunho cristão.
3. A revelação geral provê uma base para a revelação especial; é como uma ante-sala para a teologia bíblica.

Há duas dimensões da revelação geral, ou seja: se por um lado ela serve como uma fonte do conhecimento de Deus por meio da natureza, por outro, é impossível ao homem fazer uma leitura correta da natureza por causa do pecado, assim, a revelação geral necessita da revelação especial. Considerando a primeira dimensão podemos deduzir que mesmo entre os pagãos Deus tem partilhado seu conhecimento. Deus é livre para fazer o que quiser por meio da natureza como revelação geral. Assim, a prova de Deus para os pagãos que não têm a luz da revelação especial e para aqueles que estão vivendo na luz é completamente diferente. Deus aceita aqueles que em terras pagãs são justos, dentro de uma determinada fase de justiça, e que vivem segundo a luz que têm. O transcendente não requer muito onde muito não foi oferecido, todavia Ele dará maior luz, se formos fiéis àquela que recebemos. Deus proverá luz adicional por meio da revelação especial para aqueles que são fiéis com a luz que têm. Não podemos limitar a Deus, Ele não está limitado, pois há várias maneiras que Ele se mostra. Deus é livre para fazer a revelação como Ele pretende.
O ladrão na cruz não teve a mesma oportunidade que o apóstolo Paulo teve. Há coisas que nem mesmo na eternidade nós poderemos obter. Por exemplo: a alegria de testemunhar de Cristo aqui neste mundo. Nossa oportunidade aqui é agora. Devemos testemunhar de Jesus Cristo, não podemos perder esta oportunidade única. Na eternidade não teremos mais a oportunidade de testemunhar de Jesus Cristo. O ladrão na cruz se salvou, mas não terá a mesma experiência que Paulo teve. A história humana fechará para sempre o que a eternidade não oferecerá. Nosso compromisso tem que ver com a quantidade de luz que temos recebido. Há pessoas que se salvaram sem conhecer as marcas nas mãos de Jesus. A pouca luz leva a um compromisso pequeno, mas Deus deseja conceder mais luz. Há uma dimensão de alegria com a pessoa que aceita a quantidade de luz que Deus revelou. A alegria da salvação e de servir está relacionada com a quantidade de luz recebida e aceita.