O Relatório da ONU Contra o Cristianismo
Parte 1: “Nova Ordem Mundial”
Nos últimos anos a ‘Organização das Nações Unidas’ (ONU) tem repetido que o “mundo precisa de uma liderança global intensificada”. Mais recentemente ela tem usado convenientemente a pandemia do COVID-19 para reforçar esse argumento, insistindo que deste caos (criado, em parte, pela ONU mesma – visando à “ordo ab chao”, ‘ordem mediante o caos’) deve despontar um líder para o mundo.
Portanto, poder-se-ia dizer que o ‘deep state’ está emergindo das sombras. Cada vez mais fica evidente que a ONU é parte de uma tentativa para engendrar um “governo global”, ou seja, a muitas vezes chamada, zombeteiramente, “nova ordem mundial”.
Assim, embora a ideia mesma de uma “nova ordem mundial” seja anterior à criação da ‘Liga das Nações’ (1919, após a 1ª. grande guerra mundial) e da ONU (1945, após a 2.a grande guerra mundial e substituindo, por assim dizer, a ‘Liga das Nações’), não há dúvidas, hoje, de que a ONU possui um papel de destaque nesse longo processo que pretende criar, a partir de um caos manufaturado, uma nova espécie de ordem, regida pela elite mundial global que atualmente manipula ocultamente seus títeres (dos quais se destaca a ONU).
Mas cabe questionar: quem são os titereiros?
Ora, dentre os conhecidos marionetistas que manipulam seus títeres visíveis estão algumas famílias e fundações, as quais têm influenciado o mundo às escuras.
Temos, por exemplo, a hoje notória família Rothschild, a qual é atuante pelos menos desde o século XVIII (e cuja fortuna é simplesmente incalculável – embora ela sequer apareça na lista da Forbes, mesmo provavelmente superando os integrantes dessa lista), época em que financiou Adam Weishaupt na criação de uma ordem secreta denominada ordem dos Illuminati (a qual teve impactos em eventos de magnitude histórica, como sobre a revolução francesa, por exemplo, bem como assentou o projeto de uma nova ordem mundial).
Em seguida temos sua aliada, a família Rockefeller, a qual é atuante desde o final do século XIX. Posteriormente surgiram outras famílias e suas instituições, como, por exemplo: ‘Fundação Bill & Melinda Gates’; ‘Fundação Ford’; ‘Carnegie’; ‘Open Society’; ‘Project Syndicate’; ‘Avaaz’; ‘World Vision International’; ‘Oxfam International’, apenas para nomear as mais visíveis nos dias que correm.
Aliás, cabe citar aqui uma emblemática afirmação do finado David Rockefeller, parte de uma fala sua para embaixadores da ONU em 1994, em que ele disse:
“A presente janela de oportunidade, durante a qual uma ordem mundial verdadeiramente pacífica e interdependente pode ser construída, não ficará aberta por muito tempo – Estamos à beira de uma transformação global. Tudo o que precisamos é da grande crise certa e as nações aceitarão a Nova Ordem Mundial”.
Nessa fala David Rockefeller não apenas remete à “ordo ab chao”, mas ele está reverberando um discurso anterior do também finado George H.W. Bush, pronunciado igualmente na ONU em 1991 e no qual ele afirmou:
“o que está em jogo é mais do que um país pequeno, é uma grande idéia, uma Nova Ordem Mundial, onde diversas nações são atraídas por uma causa comum”.
A família Rockefeller, aliás, é uma força determinante sobre a ONU, sendo que ela inclusive doou, em 1946, o terreno milionário em Manhattan no qual foi construída sua sede (antes os Rockefellers já haviam apoiado financeiramente a ‘Liga das Nações’).
Mas, que se sabe dessa “Novus Ordo Seclorum”?
Sabemos, atualmente, muitas coisas. Por exemplo, sabemos que para que seu propósito possa ser alcançado é imperioso extirpar da mente das pessoas sua individualidade, sua lealdade à família, às tradições, à pátria e aos seus princípios religiosos (especialmente cristãos).
Não apenas isso, sabemos que ela é essencialmente anticristã e, inclusive, luciferiana (ela não é materialista: ela apenas se associa ao ‘inimigo’ das escrituras bíblicas).
Para compreendermos esse ponto basta termos em mente as palavras do autodeclarado “místico” David Spangler, o qual foi diretor da ‘Iniciativas Planetárias para o Mundo que Escolhemos’ (“Planetary Initiatives for the World We Choose”, fundada em 1981), a qual está ligada à ‘Union of International Associations’ (UIA) e constitui um dos braços da ONU.
Em seu livro “Reflections on the Christ” (1978), ele afirma: “Lúcifer vem para nos dar a dádiva final de totalidade. Se a aceitarmos, então ele será livre e nós seremos livres. Essa é a iniciação luciferiana. Ela é uma iniciação que muitas pessoas estão agora tomando, e muitas o foram nos dias por vir, pois ela é a iniciação na Nova Era”. Ou seja, “ninguém entrará na Nova Ordem Mundial, a menos que ele ou ela se comprometa a adorar Lúcifer. Ninguém entrará na Nova Era a menos que tome uma iniciação luciferiana”.
Noutros termos, já não há como negar: o projeto de uma nova ordem mundial é anticristão em sua essência. E a ONU é vassala desse projeto.
Não obstante, o que quero aqui enfatizar é um dos aspectos centrais dessa ‘nova ordem mundial’, o qual está na sua origem mesma, qual seja, seu propósito incansável para fazer colapsar as soberanias nacionais, bem como o espírito nacionalista.
Assim, um dos objetivos da ONU é justamente acabar com as soberanias locais, uma vez que elas são um obstáculo ao projeto de uma autoridade supranacional. Atualmente vemos isso claramente, especialmente quando a ONU e seus braços (Organização Mundial da Saúde, por exemplo) se sobrepõem à soberania dos seus 193 países membros, determinando decisões altamente questionáveis, como o ‘isolamento social’, por exemplo. Mas as “orientações” da ONU para seus países membros vão muito além, pois vão desde a recusa do uso da hidroxicloroquina no tratamento contra o COVID-19 até o fomento e ampliação da prática do aborto.
O único dique diante desse avanço da ONU ainda é nosso espírito nacionalista (nosso “conservadorismo”, nosso vínculo com aqueles valores que passaram pelo teste do tempo e se cristalizaram como “coisas permanentes” em nossa cultura).
E quando falo em espírito nacionalista, refiro-me não apenas ao nosso vínculo com nossa pátria, mas também com os valores que constituem nosso tecido social moral. Dessa maneira, não apenas nossa pátria está sob ataque (quando a ONU intenta usurpar as decisões de nosso Presidente, por exemplo), mas os valores morais que asseguraram nossa prosperidade, isto é, que assoalharam o caminho para nossa civilização, também estão em risco.
Sendo esses valores oriundos de nossa tradição judaico cristã, não surpreende, então, que a ONU venha tentando, diligente e malignamente, fazê-los colapsar.
Um golpe recente contra nossos pilares morais veio com a divulgação de um relatório intitulado “Freedom of Religion or Belief” (‘Liberdade de Religião ou Crença’). Em seu sumário lemos que, “nesse relatório, o relator especial foca na violência e discriminação baseadas em gênero em nome da religião ou crença”.
Ele prossegue afirmando que “em vários estados do mundo os preceitos religiosos fundamentam leis e práticas sancionadas pelo Estado que constituem violações do direito a não discriminação de mulheres, meninas e lésbicas, gays, bissexuais e transgêneros” (…).
Ao longo das 19 páginas do relatório que li, encontramos uma ardilosa sugestão de que a religião em geral, sobretudo a cristã, é inimiga dos direitos humanos. Isso porque, conforme seu relator (Ahmed Shaheed), os princípios cristãos concernentes à sexualidade são “perigosos e discriminatórios”.
No relatório lemos sobre problemas que devem ser, sim, combatidos robustamente, como a prática da mutilação genital em meninas, o casamento forçado, a poligamia, a criminalização da homossexualidade, etc.
Mas vejam: esses problemas não são comuns em culturas judaico cristãs. Em contrapartida, são problemas comuns em culturas islâmicas.
Assim, é falacioso citar problemas inerentes à cultura islâmica, os quais estão ligados, por exemplo, às leis baseadas na Sharia, a qual autoriza que pessoas sejam vergastadas, apedrejadas e tenham membros amputados, práticas relatadas de forma perturbadora pela exilada somali Ayaan Hirsi Ali (em livros como “Infiel” e “Herege”), e usar esses problemas para criar a ideia de que o Cristianismo seja, de alguma forma, responsável também pela violação de direitos humanos.
Na verdade, o Cristianismo é uma força de resistência contra essa barbárie, pois ele consolidou a ideia de ‘dignidade da pessoa humana’, fundamento dos direitos humanos.
Assim, o Cristianismo é, em sua essência, contrário a práticas como escravidão, aborto, prostituição, pena de morte, promiscuidade, mutilação, dentre tantas outras que reificam pessoas, tornando-as coisas.
Não apenas isso, diferentemente do islamismo, o Cristianismo engendrou a laicidade, especialmente ao separar o poder terreno do poder sobrenatural, e isso no texto bíblico mesmo:
“Dai, pois, a César o que é de César, e a Deus o que é de Deus”, “Meu reino não é desse mundo”, por exemplo, são passagens que esclarecem a separação entre um reino terreno e um reino sobrenatural.
Dessa maneira, não me parece que a ONU esteja preocupada com as pessoas. Se estivesse, jamais recomendaria, por exemplo, o aborto, prática em que uma pessoa humana (um indivíduo vivo em seus primeiros momentos de existência corporal – algo evidenciado pela embriologia) é morta intencionalmente.
Tampouco seria simpática à eugenia, a qual não apenas é base para a prática do aborto (a ‘Planned Parenthood’, maior clínica de aborto do mundo, foi precedida, nos USA, pela ‘The American Eugenics Sociey’), mas está presente nas ações da ONU especialmente nos países pobres, aparentemente para assegurar a esterilidade das mulheres desfavorecidas.
Para dissipar qualquer dúvida sobre a relação hedionda entre aborto e eugenia menciono, aqui, o seguinte fato: Margaret Sanger (fundadora da ‘Planned Parenthood’) costumava palestrar para a Klu Klux Khan (KKK), desenvolvendo, com a KKK, o “Negro Project”.
Cito um texto dela publicado no ‘New York Times’ de 8 de abril de 1923:
“O controle de natalidade significa a liberação e o cultivo dos melhores elementos raciais em nossa sociedade, bem como a supressão gradual, a eliminação e a eventual extirpação de estoques defeituosos – daquelas ervas daninhas humanas que ameaçam o desabrochar das melhores flores da civilização americana”.
Detalhe: até hoje em torno de 80% das clínicas da Planned Parenthood se localizam a uma distância equivalente a uma mera caminhada de bairros negros e hispânicos. Ou seja, para estimular e facilitar a ida de mulheres negras e hispânicas a suas clínicas para a realização do aborto, elas se situam nos arrabaldes dessas comunidades.
Diante disso, alguém realmente ainda tem dúvidas sobre a relação macabra entre aborto e eugenia, especialmente para a eliminação daqueles considerados “ervas daninhas” pela elite global?
Mesmo assim, o relatório da ONU expressa uma “profunda preocupação” com as campanhas de grupos religiosos (cristãos) que insistem em resistir à imposição da ideologia de gênero, sobretudo para crianças (às quais se tem tentado, mediante essa ideologia, infligir um desenvolvimento sexual prematuro – estimulando a abominável pedofilia).
Segundo seu relator, os cristãos recorreriam a “dogmas religiosos e a uma pseudociência” para criticar a ideologia de gênero. Ele inclusive insiste na ideia de que o Cristianismo cria um equívoco ao separar, por exemplo, papéis femininos e masculinos.
Ou seja, ele (o relator do relatório) assume um típico mantra da ideologia de gênero, segundo o qual a sexualidade é “construída”, “fluída”, como se não houvesse fatos objetivos acerca da natureza biológica humana.
Nesse ponto, ele está em acordo com uma das mais perniciosas ideias do anedotário filosófico, nesse caso com a que encontramos em Simone de Beauvoir, segundo a qual “ninguém nasce mulher: torna-se mulher.
Nenhum destino biológico, psíquico, econômico define a forma que a fêmea humana assume no seio da sociedade”. Observem: ela simplesmente descarta a biologia (a ciência) para poder separar ‘sexo’ de ‘gênero’, uma separação que serve de base para os ideólogos da nefasta “ideologia de gênero”.
Tal passagem, com efeito, não possui qualquer fundamento que não seja uma ideia … um desvario que simplesmente (e sabe-se lá em que contexto) surgiu na cabeça de sua autora.
Mas, mesmo diante disso, o relator do obtuso relatório aqui citado ainda ousa evocar a ciência, como se ela estivesse ao seu lado nessas questões referentes à sexualidade e, mesmo, à família.
No entanto, cabe notar que esse relatório não está comprometido com a ciência, mas com uma ideologia sem qualquer amparo na ciência, o qual visa tão somente dissolver os obstáculos morais que ainda servem de resistência à instituição da nova ordem mundial.
Abordarei essa questão moral especialmente na continuação desse texto.
Carlos Adriano Ferraz. Graduado em Filosofia pela Universidade Federal de Pelotas (UFPEL), Mestre em Filosofia pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), doutor em Filosofia pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS), com estágio doutoral na State University of New York (SUNY). Foi Professor Visitante na Universidade Harvard (2010). Atualmente é professor da Universidade Federal de Pelotas (UFPEL) na graduação e no Programa de Pós-Graduação em Filosofia, no qual orienta dissertações e teses com foco em ética, filosofia política e filosofia do direito. Também é membro do movimento Docentes pela Liberdade (DPL), sendo atualmente Diretor do DPL/RS.
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