Há uma grande diferença entre praticar uma religião e experimentar um relacionamento com Deus. Há uma grande diferença entre religião e salvação. Há muitas religiões, mas um só Deus e um só Evangelho. Religião vem dos homens; "O Evangelho é o poder de Deus para a salvação por meio de Jesus Cristo". Religião é o ópio do povo; Salvação é presente de Deus ao homem perdido. Religião é história do homem pecador que precisa fazer alguma coisa para o seu deus imaginado. O Evangelho nos diz o que o Deus Santo fez pelo homem pecador. Religião procura um deus; O Evangelho é a Boa Nova de que Jesus Cristo procura o homem que se encontra no caminho errado. "Porque o Filho do Homem veio salvar o que se havia perdido" (Mateus 18:11). O Evangelho muda o ser humano por dentro por meio da presença do Espírito Santo de Deus em seu coração. Nenhuma religião tem um salvador ressuscitado, que perdoa os pecados e dá vida eterna, pois só Jesus Cristo venceu a morte. Por isso, dirija-se só a Jesus Cristo. Ele é o único que pode perdoar os seus pecados e lhe dar vida nova nesta vida e vida eterna no reino de Deus. "Crê no Senhor Jesus, e serás salvo" (Atos 16:31). "E o sangue de Jesus , Seu Filho, nos purifica de todo o pecado" (I João 1:7). Receba a Jesus AGORA em seu coração como seu Salvador e como único Senhor de sua vida. "Hoje, se ouvirdes a sua voz, não endureçais os vossos corações"; "Hoje é o dia da Salvação". E depois de aceitar a Cristo Ele diz: "Se me amais, guardai os meus mandamentos" (João 14:15). "Se guardardes os meus mandamentos, permanecereis no meu amor; do mesmo modo que eu tenho guardado os mandamentos de meu Pai, e permaneço no seu amor" (João 15:10). "Aquele que tem os meus mandamentos e os guarda esse é o que me ama; e aquele que me ama será amado de meu Pai, e eu o amarei, e me manifestarei a ele" (João 14:21).

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Ideologia na IASD

O papel da Ideologia na Organização Adventista

Por: Renato Miranda


Após ler o excelente livro “O Leviatã Adventista”, do nobre Pastor Edgard, disponibilizado no site:
http://www.adventistas.com/, senti o desejo de aprofundar-me mais nessa análise da estrutura adventista, partindo de uma concepção marxista, da qual sou um admirador, porém com algumas críticas pontuais.

Partindo do pressuposto de que a sociedade capitalista é uma sociedade fundamentada na propriedade privada e na exploração de uma classe social sobre as outras, e de que os Estados Unidos desde sua origem é uma nação capitalista, e hoje a maior do mundo, a Igreja Adventista do 7º Dia nascida nos Estados Unidos, não poderia deixar de receber toda uma influência ideológica desta nação.

Primeiramente é necessário fazer uma breve retrospectiva histórica do surgimento do capitalismo e sua dominação ideológica para então podermos traçar um paralelo mais fiel da realidade.

A visão cristã durante quase toda a Idade Média era de que o homem não deveria acumular riqueza aqui nesta terra, e nem cobrar usura do seu próximo. Mas, com a transformação da sociedade feudal para a sociedade capitalista, culminando com a ascensão da burguesia ao poder, tornou-se necessária uma nova visão sobre a acumulação de riqueza que favorecesse a burguesia e a implementação do capitalismo.

O livro de Max Weber chamado “A ética protestante e o espírito do capitalismo” mostra uma visão interessante de como foi essa transformação. A idéia de que o homem deveria trabalhar com afinco e não desperdiçar seu dinheiro para ser um bom mordomo de Deus, favoreceu o acumulo de bens da burguesia cristã. Ora, a visão de que era pecado ser rico, agia como um freio à avareza da burguesia, que passou a precisar de uma nova interpretação bíblica que favorecesse o livre acumulo do capital. Tal interpretação foi dada por vários reformadores, tais como Lutero e Calvino, que passaram a afirmar que a riqueza era uma benção de Deus.

Com a “Revolução Francesa”, que culminou com a queda da monarquia e a ascensão da burguesia ao poder, mudaram-se as estruturas de classes. A nobreza, que antes exercia seu domínio sobre as outras classes (burguesia, servos, escravos...), perdeu seu poder para a burguesia, que passou a ser a classe dominante. Ora, segundo Marx, a classe que domina economicamente só mantém o seu domínio se dominar politicamente. Isso foi o que levou a burguesia a lutar pelo poder, pois ela já detinha grande poder econômico, mas ainda faltava-lhe o poder político para manter tal domínio.

Agora, o mais interessante da análise marxista são os meios que a classe dominante se utiliza para se manter no poder, que são dois: O Estado e a Ideologia. Através do controle do Estado, a classe dominante mantém preservados seus interesses. No Estado, ela utiliza o Direito para legitimar sua dominação, e a Lei, passa a ser direito para o dominante e dever para o dominado. Isso fica fácil demonstrar no Brasil, basta vermos o sistema carcerário brasileiro. Dentre todo o universo de presidiários brasileiros, mais de 95% pertencem as classes sociais “C”, “D” e “E”, ou seja, a classe mais beneficiada economicamente, isto é, a classe dominante, quase nunca é atingida pela legislação penal vigente.

Mas, o que eu quero enfatizar, antes de adentrar no Adventismo, é o papel da ideologia dentro da dominação de uma classe sobre as outras. O conceito da ideologia dentro do marxismo é de que a ideologia é um mascaramento da realidade, ou seja, ela tem a função de trocar o “real” pelo “ideal”. A ideologia faz com que as pessoas não vejam as coisas como verdadeiramente elas são. Ela substitui a realidade de determinada situação pela idéia sobre determinada situação. Isso pode ser visto numa análise do conceito de ESTADO, que pela ideologia passa a ser visto como o conjunto de pessoas que buscam um bem comum (visão idealista), enquanto na verdade o ESTADO nada mais é do que a exploração de uma classe social sobre as demais (visão realista). Esse ocultamento/mascaramento da realidade é que faz com que as pessoas aceitem tudo isso como legitimo, sem saber que elas estão substituindo a “idéia” de ESTADO pela “realidade” de ESTADO.

Agora você me pergunta: O que tudo isso tem a ver com a Igreja Adventista? Tudo, e em todos os aspectos. Vamos agora traçar um paralelo dessa visão marxista com a IASD.

· Marx afirma que quem detém o poder econômico detém o poder político. Olhe para o sobrenome dos líderes de nossas associações, uniões, divisões, casas publicadoras, hospitais, etc. No Brasil, por exemplo, a maioria tem sobrenome estrangeiro. Você quase não vê um Silva, um Santos ou qualquer outro sobrenome popular. A maiorias dos líderes de nossas instituições (na América latina) vêm de família européia (Nagel, Sarli, Martinelli, Shullman, Shultz, De Lima, etc.) Eles vêm das famílias de melhores condições financeiras dentre a membresia. São poucos (e cada vez mais raros) os que vêm de família humilde e conseguem galgar altas posições na obra. Isso só vêm confirmar que, quem detém o poder econômico, detém também o poder político na IASD.

· Também já foi dito que a classe que domina (o clero no nosso caso) sobre outras classes (membresia, funcionários), utiliza-se do Direito (Leis) para manter sua dominação. Isso agora está bem patente dada à forma com que a organização está tratando os movimentos que estão denunciando essa exploração, e com isso ameaçando a continuação de seu domínio explorador. A classe dominante (Clero) tem usado suas leis (Manual da Igreja, Regimento Interno, etc.), que nunca tem efeito contra eles, pois a lei nesse caso é “direito” para o dominante e “dever” para o dominado, para esmagar qualquer movimento das classes exploradas que venha a ameaçar sua dominação. Isso ficou bem claro quando trabalhei na ARJ e me disseram: “Aqui ou você concorda com tudo, ou você é cortado”.



· Se todos os membros percebessem tudo o que foi exposto acima, com certeza iriam se levantar contra esse sistema de exploração. Mas, aí entra o papel da ideologia, que vêm mascarar a realidade, fazendo os membros verem uma coisa que na verdade não existe. Quando você começa a se levantar contra os erros na igreja, qual é a reação dos lideres (classe dominante/clero)? É a de tentar fazer um mascaramento da realidade, fazendo os seguintes discursos:

“Essa é a igreja de Deus”
(Na verdade, ela só será a igreja de Deus se fizer à vontade de Deus).

“Se você sair dessa igreja você irá se perder”
(Onde está escrito isso? Pois a salvação está ligada a Jesus, e não a nenhuma organização).

“Nossa obra médica é inspirada por Deus”
(Qual tipo de obra médica? A obra médica de Jesus, onde ele atendia a TODOS GRATUITAMENTE, ou a do capitalismo adventista, onde só quem paga tem direito?).

“Deus está no controle de sua igreja”
(Deus tem votado nas assembléias? Ela está de acordo com todo esse esquema de corrupção doutrinária e administrativa? Ele guia os desvios de verba da ADRA? Ele guia uma igreja que está se apostatando?).

“O que é feito com os dízimos cabe a Deus cuidar”
(Quem tem desviado o dízimo do seu propósito, os homens ou Deus? Acaso Deus não deu para os homens capacidade de corrigir tais erros?).
Em suma, o que eu gostaria de deixar bem claro é que hoje, a organização adventista, fruto de uma influência ideológica dos EUA, se tornou uma estrutura mundial onde uma determinada classe social (o clero), explora as outras classes (membros, funcionários) que a compõem, se beneficiando política, social e economicamente dessa estrutura. E que essa classe, utiliza sua legislação administrativa e sua ideologia para manter essa exploração.
Segundo a concepção marxista, somente uma ruptura com o poder dominante e a tomada de poder pelos explorados é que tem condições de se mudar uma realidade como essa. Lógico que, dentro de uma ótica cristã, o único caminho que vejo é a ruptura com essa gigantesca forma de exploração, resultando no retorno à concepção dos pioneiros e da igreja primitiva, que é a descentralização do poder (congregacionalismo), e o fim da hierarquização (independência das congregações).

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