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Há uma grande diferença entre praticar uma religião e experimentar um relacionamento com Deus. Há uma grande diferença entre religião e salvação. Há muitas religiões, mas um só Deus e um só Evangelho. Religião vem dos homens; "O Evangelho é o poder de Deus para a salvação por meio de Jesus Cristo". Religião é o ópio do povo; Salvação é presente de Deus ao homem perdido. Religião é história do homem pecador que precisa fazer alguma coisa para o seu deus imaginado. O Evangelho nos diz o que o Deus Santo fez pelo homem pecador. Religião procura um deus; O Evangelho é a Boa Nova de que Jesus Cristo procura o homem que se encontra no caminho errado. "Porque o Filho do Homem veio salvar o que se havia perdido" (Mateus 18:11). O Evangelho muda o ser humano por dentro por meio da presença do Espírito Santo de Deus em seu coração. Nenhuma religião tem um salvador ressuscitado, que perdoa os pecados e dá vida eterna, pois só Jesus Cristo venceu a morte. Por isso, dirija-se só a Jesus Cristo. Ele é o único que pode perdoar os seus pecados e lhe dar vida nova nesta vida e vida eterna no reino de Deus. "Crê no Senhor Jesus, e serás salvo" (Atos 16:31). "E o sangue de Jesus , Seu Filho, nos purifica de todo o pecado" (I João 1:7). Receba a Jesus AGORA em seu coração como seu Salvador e como único Senhor de sua vida. "Hoje, se ouvirdes a sua voz, não endureçais os vossos corações"; "Hoje é o dia da Salvação". E depois de aceitar a Cristo Ele diz: "Se me amais, guardai os meus mandamentos" (João 14:15). "Se guardardes os meus mandamentos, permanecereis no meu amor; do mesmo modo que eu tenho guardado os mandamentos de meu Pai, e permaneço no seu amor" (João 15:10). "Aquele que tem os meus mandamentos e os guarda esse é o que me ama; e aquele que me ama será amado de meu Pai, e eu o amarei, e me manifestarei a ele" (João 14:21).

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Contradição em Mateus 8:28? - Exegese Bíblica



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A Ponte...

Salmos 121

Salmos 23

Pode a ciência crer em Deus?

A criação do universo é um grande mistério, nem a ciência, nem a religião conseguiram encontrar uma explicação exata para a existência deste.

Minha primeira afirmação talvez irrite algumas pessoas que prefeririam que não fosse assim. Mas é certo que em muitos países do mundo ocidental a religião se encontra em franco retrocesso, ainda que a maioria das pessoas continuem buscando aquilo que se chama um sentido para a vida. Surpreendentemente, é um ramo da ciência que estimula cada vez mais essa busca. Eu me refiro àquela parte da Física que se ocupa das questões básicas do tipo de onde saiu o Universo ou como ele surgiu.

Em geral, a ciência não desfruta de uma imagem social, muito simpática, hoje em dia. Ela é considerada fria, impessoal, carente de sentimentos. Há até quem a culpe pelo fato de que o homem já não seja considerado o ponto central e absoluto de todas as coisas, tal como acontecia no tempo em que a imagem do mundo era descrita pelas religiões tradicionais, e de que tenhamos de nos conformar com a idéia de que a humanidade é algo insignificante, alojada em um planeta sem importância que se desloca a enorme velocidade pelo vazio do Universo. Assim, não sobra do homem muito mais do que a teoria de que é mero acidente, sem alma, sem objetivo e sem finalidade alguma em um Universo sem sentido, que surgiu sem nenhuma planificação prévia.

Mas comecemos pela questão da criação, ou melhor, da formação do Universo. Por quem e com que meios foi ele criado? Todas as religiões possuem seus mitos próprios sobre a criação, um ato planificado de uma divindade que já existia anteriormente. Vejamos agora o ponto de vista da ciência. O conjunto do Universo apareceu há aproximadamente quinze bilhões de anos devido a uma gigantesca explosão, que popularmente ficou conhecido como Big Bang. Dela há duas provas importantes: o Universo ainda continua em expansão e conserva um mínimo do calor daquela explosão, cuja magnitude jamais se cauculou. No entanto, é possível medir esse calor que ainda esta no Universo, como uma radiação remanescente, e ele é mais ou menos de quatro graus acima do zero absoluto ( N. da R.: mais ou menos 270 graus abaixo de zero, pois na escala Celsius, que utilizamos no Brasil, o zero absoluto corresponde a 273 graus negativos).

Por outro lado, a maioria dos pesquisadores do Cosmos aceita, atualmente, que no momento da criação do mundo o tempo e espaço, estavam infinitamente distorcidos, numa situação que se chama singularidade. Essa singularidade também pode se chamar limite ou fronteira. Ou seja, limite ou fronteira do espaço e do tempo. De qualquer forma, não é possível falar de estado de singularidade e, simultaneamente, do espaço e tempo. Em um estado de singularidade não existe absolutamente nada, nem espaço nem tempo. Dessa forma, no estado de singularidade temos diante de nós a verdadeira origem do espaço e do tempo.

Muita gente ainda tem uma idéia equivocada do Big Bang, o que é mais do que desculpável. Normalmente se acredita que havia um pedaço de matéria, extremamente comprimida, que existia por toda a eternidade, num pequeno pedaço de vazio sem limites. O pesquisador, ao contrário, vê isso de forma muito diferente. Se se toma a sério o estado de singularidade, então fica desde logo excluída a possibilidade de existência de tempo antes do Big Bang. Da mesma forma, que não existia o espaço vazio. Ambos surgiram do nada no momento da explosão. É assim, por mais difícil que nos pareça chegar a entender tudo isso.

Pelo menos nos primeiros tempos, essa teoria do Big Bang provocou muitas discussões entre os cientistas, pois mesmo entre eles havia quem imaginasse que não aparecera, apesar de tudo, nenhuma explicação para o surgimento repentino do Universo. E mais ninguém podia também explicar de onde vieram a matéria e a energia que apareceram naquela hora. Para muitos, dessa forma, continuou parecendo possível acreditar em algo semelhante à criação, tal como descrita nos livros religiosos. E há ainda outro mistério a explicar: por que o Universo tomou a forma e a organização que hoje conhecemos?

Fica claro que, imediatamente após o Big Bang, matéria e energia ficaram distribuídas de um modo assombrosamente uniforme. O Big Bang é, todo ele, uma coisa extraordinariamente uniforme. Todas as regiões do Universo nasceram da explosão no mesmo momento e exatamente com a mesma força. Mas isso ainda não é tudo. Em todo esse Universo, tão regular em suas características, havia desde o princípio uma pequena dose de diversidade, impossível de calcular. Uma ínfima capacidade de inobservância ou descumprimento das regras. Daí partiram os primeiros passos rumo à formação dos sistemas e das galáxias.

Muitos pesquisadores acreditam que já no primeiro momento ficaram decididas as questões mais importantes que definem nosso Universo e que se pode explicar por que tudo é assim e não de outra forma qualquer. A chave do entendimento de todo esse conjunto está na Física Quântica. Normalmente, suas leis têm explicação apenas em processos que ocorrem dentro das menores coisas, como os átomos, ou ainda nos núcleos dos átomos.

Mas o estado do Universo imediatamente após o Big Bang era tão extremo que era possível que os efeitos dos quanta tenham provocado a sua estruturação tal como a conhecemos agora. Cálculos já realizados demonstram que muitas das peculiaridades do Cosmos, que hoje ainda parecem misteriosas, tem explicação perfeitamente natural quando se explicam a elas as leis da mecânica quântica. Isso também vale para quando se deseja investigar por que o Universo, de um lado, é tão uniforme, e de outro, está estruturado de forma tão irregular que tornou possível o aparecimento das galáxias.

Desde que consiga explicar isso, não será mais necessário colocar nas mãos planificadoras de Deus a responsabilidade por tais peculiaridades do Universo, tudo acontece numa ordem sucessiva adequada, de acordo com as leis da Física Quântica. E há algo mais significativo: essa leis permitem explicar por que podem surgir do nada, com toda naturalidade, a energia e a matéria.

Em Roma, a cerca de dois mil anos, o poeta Lucrécio escreveu: "Do nada não pode sair nada". Agora parece, ao contrário, que do nada pode sair tudo: espaço, tempo, energia, matéria e até mesmo ordem. Dito isso, fica claro que o conceito de Deus está outra vez excluído das preocupações da ciência, pois as leis as Física são suficientes para explicar todo o Universo, inclusive sua aparição.

Isso significará, então, que a ciência suprimiu definitivamente Deus? Nesse particular, só posso falar por mim mesmo. Eu creio que o antigo conceito de Deus, que tocou com o dedo um botão qualquer e pôs em marcha todo o Universo, e agora se dedica a contemplar seu desenvolvimento, ficou totalmente desacreditado pela nova Física e pela nova Cosmologia. No entanto, um ponto ainda permanece obscuro: se hoje temos leis que podem explicar praticamente tudo, como explicar a existência dessas próprias leis?

Muita gente aceita as leis da natureza sem nenhuma outra preocupação. As coisas são assim, e pronto. O Sol nasce de manhã; uma maçã cai da árvore para o chão, mas não cai do chão para a árvore; os pólos magnéticos iguais se repelem ,etc. Essas pessoas não pensam mais adiante, nem se perguntam por que é assim, ou acontece assim. Mas, para quem alimenta tais dúvidas e preocupações, é fácil imaginar um mundo caótico, sempre regido pelo acaso, no qual energia e matéria se desenvolvem desordenadamente.

Com isso quero dizer que do ponto de vista da lógica pura não há nenhuma necessidade de que o mundo esteja organizado tal como o conhecemos.

Mas, quando se estudam essas leis mais profundamente não há outra saída: ninguém deixa de se impressionar com sua beleza e sua simplicidade. Um exemplo, entre muitos, pode ser apontado na Física das partículas. Nesse campo o pesquisador se encontra vezes e vezes seguidas frente ao estado de pura simetria. A cada partícula corresponde uma antipartícula e a cada volta para a esquerda, uma outra para a direita. Isso se aplica às próprias leis: elas estão tão entrelaçadas entre si que é impossível não pensar em um plano.

Esse conceito de plano proporcionou aos teólogos, durante muitos séculos, os argumentos indispensáveis para sustentar a existência de Deus. Mas, inadvertidamente, eles sempre usaram como prova de suas teorias exatamente as estruturas mais complexas da natureza, sobretudo os seres vivos. Hoje já se pode explicar facilmente como se desenvolveram todos os seres vivos, e para isso não houve necessidade de nenhum deus.

Mas são as próprias leis da natureza e sua forma matemática, inesperadamente simples, que eu desejo apresentar como demonstração da existência de um plano. Permita-me lembrar um exemplo concreto. Nos últimos cinco anos, mais ou menos, os cientistas começaram a se dar conta de que as leis da Física, aparentemente, só podem produzir os componentes da criação, habituais em nossa vizinhança, e mantê-los em funcionamento (as galáxias, as estrelas, os átomos e, sobretudo, nós, os homens) se todos se comportam sempre da mesma forma. Quer dizer, se as chamadas constantes da natureza não se desviam muito dos valores realmente médios.

Constantes da natureza são, por exemplo, a massa de um bloco de pedra ou os componentes do núcleo de um átomo, a força de atração entre cargas elétricas, o efeito recíproco entre diferentes campos de força, etc. Os investigadores que se ocupam destas coisas só enxergam uma cadeia de casualidades improváveis ou casos de encontros acidentais, dos quais depende a existência do Universo. Uma das variações insignificantes seriam suficientes para modificar drasticamente esse mundo, ou mesmo destruí-lo. Dito de outro modo, se esses fatores houvessem sido desde o princípio menores ou maiores, pouco se fosse, do que são hoje, não teria sido possível surgir a vida e, sobretudo, nenhuma vida inteligente.

Por exemplo, no caso da gravitação, seriam mais que suficientes uma debilitação ou um aumento pequeníssimo para produzir uma catástrofe cósmica. Caso fosse provocada uma desordem na relação de forças entre a gravitação e os fenômenos eletromagnéticos, todas as estrelas, inclusive o nosso Sol, se converteriam ou em gigantes azuis ou em anões vermelhos. Em toda a parte, encontramos, à nossa volta, provas de que a Natureza fez tudo de forma correta. O resultado é, portanto, que as leis fundamentais, se expressam matematicamente, não apenas apresentam grande elegância, simplicidade e lógica interna, mas também permitem a existência de sistemas, por exemplo, planetários, com espaços adequados que são, simultaneamente, estáveis e complexos, a fim de proporcionar a base para a vida racional.

Isso significa que a nossa própria existência está escrita nas leis da natureza. Evidentemente, parece que fazemos parte de um grande plano, e aqui chegamos a uma conclusão. Quem aceitar que a nova Física fornece provas da existência de um plano do Universo enfrentará, em seguida, a questão: quem é o planificador? Mas a esta altura precisamos abandonar o campo da ciência, que se ocupa apenas do mundo natural, para passar ao campo da Teologia. A nova Física, sem dúvida, dá nova direção ao nosso pensamento, mostra-nos um Universo que é muito mais do que uma casualidade colossal e sem sentido. Eu, de minha parte, creio que por trás de nossa existência há um sentido mais amplo. (Fonte: Super Arquivo)

A história do mundo em um capítulo da Bíblia


As Profecias de Daniel

Capítulo 2 de Daniel

A História da humanidade relata que milhares de pessoas sempre quiseram conhecer o futuro. A busca contínua pelo que virá atravessa os séculos e nos dias de hoje é alvo constante de especulações de todas as partes. Muitos, no desespero de conhecer o amanhã, procuram o sentido da vida nos lugares errados e com as fontes erradas.

Quantas páginas você gastaria para escrever a história da humanidade? Historiadores afirmam que precisariam em torno de seis mil livros para contar nossa História.

Daniel 2 revela o passado, o presente e o futuro em apenas nove versos. Deus apresentou um esboço da história do mundo, cobrindo um período de 2.500 anos, desde os tempos de Daniel até os nossos dias.

Em Sua Palavra, Deus revelou o futuro para todos Seus filhos sem qualquer distinção, a fim de que tivéssemos tempo de nos preparar para o que logo virá.


Deus Revela o Futuro

Daniel 2:1 – “No segundo ano do reinado de Nabucodonosor teve este um sonho; o seu espírito se perturbou, e passou-se-lhe o sono”.

No ano 603, a.C. Nabucodonosor, rei da Babilônia, preocupado acerca do futuro teve um sonho impressionante, mas que ao acordar, esqueceu. E por isso ficou muito perturbado.

Daniel 2:2 – “Então, o rei mandou chamar os magos, os encantadores, os feiticeiros e os caldeus, para que declarassem ao rei quais lhe foram os sonhos; eles vieram e se apresentaram diante do rei”.

Daniel 2:3 – “Disse-lhes o rei: Tive um sonho, e para sabê-lo está perturbado o meu espírito”.

Imediatamente, o rei mandou convocar ao palácio um grande grupo de “homens sábios” do reino. O problema é que ele não conseguia se lembrar de nenhum detalhe do sonho que lhe parecia de primordial importância.

Treinados e sustentados pela corte, os sábios diziam estar sempre em contato com os deuses. Possuíam um verdadeiro estoque de interpretações para sonhos.

Eles sempre tinham respostas para tudo; sempre na expectativa pelas ricas recompensas que receberiam. Mas, normalmente, extraíam previamente as informações suficientes para formar uma base para interpretações falsas, de caráter unicamente humano. Assim, se tão-somente o rei pudesse contar-lhes o sonho, o resto seria fácil.

Daniel 2:4 – “Os caldeus disseram ao rei em aramaico: Ó rei, vive eternamente! Dize o sonho a teus servos, e daremos a interpretação”.

Daniel 2:5 – “Respondeu o rei e disse aos caldeus: Uma coisa é certa: se não me fizerdes saber o sonho e a sua interpretação, sereis despedaçados, e as vossas casas serão feitas monturo”;

Daniel 2:6 – “mas, se me declarardes o sonho e a sua interpretação, recebereis de mim dádivas, prêmios e grandes honras; portanto, declarai-me o sonho e a sua interpretação”.

Daniel 2:7 – “Responderam segunda vez e disseram: Diga o rei o sonho a seus servos, e lhe daremos a interpretação”.

Daniel 2:8 – “Tornou o rei e disse: Bem percebo que quereis ganhar tempo, porque vedes que o que eu disse está resolvido”,

Daniel 2:9 – “isto é: se não me fazeis saber o sonho, uma só sentença será a vossa; pois combinastes palavras mentirosas e perversas para as proferirdes na minha presença, até que se mude a situação; portanto, dizei-me o sonho, e saberei que me podeis dar-lhe a interpretação”.

Daniel 2:10 – “Responderam os caldeus na presença do rei e disseram: Não há mortal sobre a terra que possa revelar o que o rei exige; pois jamais houve rei, por grande e poderoso que tivesse sido, que exigisse semelhante coisa de algum mago, encantador ou caldeu”.

Daniel 2:11 – “A coisa que o rei exige é difícil, e ninguém há que a possa revelar diante do rei, senão os deuses, e estes não moram com os homens”.

Daniel 2:12 – “Então, o rei muito se irou e enfureceu; e ordenou que matassem a todos os sábios da Babilônia”.

Daniel 2:13 – “Saiu o decreto, segundo o qual deviam ser mortos os sábios; e buscaram a Daniel e aos seus companheiros, para que fossem mortos”.

Os argumentos utilizados pelos “sábios” foram frágeis demais. Quando os adivinhadores insistiram para que o rei primeiro lhes contasse o sonho acabaram tocando num ponto delicado da questão. Nabucodonosor se irou.

Se eles se reconheciam incapazes de lhe contar o sonho, seriam igualmente incapazes de lhe dar a interpretação correta. Foi neste momento que o rei perdeu a paciência e os entregou aos cuidados do chefe da guarda, com ordens de executá-los.

Daniel 2:14 – “Então, Daniel falou, avisada e prudentemente, a Arioque, chefe da guarda do rei, que tinha saído para matar os sábios da Babilônia”.

Daniel 2:15 – “E disse a Arioque, encarregado do rei: Por que é tão severo o mandado do rei? Então, Arioque explicou o caso a Daniel”.

Daniel 2:16 – “Foi Daniel ter com o rei e lhe pediu designasse o tempo, e ele revelaria ao rei a interpretação”.

Daniel 2:17 – “Então, Daniel foi para casa e fez saber o caso a Hananias, Misael e Azarias, seus companheiros”,

Daniel 2:18 – “para que pedissem misericórdia ao Deus do Céu sobre este mistério, a fim de que Daniel e seus companheiros não perecessem com o resto dos sábios da Babilônia”.


O jovem Daniel pediu um prazo para dar a solução ao sonho do rei. Conseguido o prazo, foi para casa, e junto com seus companheiros rogou a Deus misericórdia a fim de que não perecessem.

Tanto em situações de emergência como em tempos normais, Daniel era um homem de oração. Há momentos, no entanto, em que há necessidade de companhia e comunhão na oração.

Unidos em espírito, os jovens dobraram os joelhos rogando a Deus que, lá de cima, viesse a resposta. Grande parte do tempo solicitado foi gasto em oração ao único Deus que poderia prover a resposta.

A oração é mais do que algo necessário todos os dias, a oração é algo que se precisa o dia todo.


Deus Honra a Fé de Daniel

Daniel 2:19 – “Então, foi revelado o mistério a Daniel numa visão de noite; Daniel bendisse o Deus do céu”.

Daniel 2:20 – “Disse Daniel: Seja bendito o nome de Deus, de eternidade a eternidade, porque dele é a sabedoria e o poder”;

Daniel 2:21 – “é Ele quem muda o tempo e as estações, remove reis e estabelece reis; ele dá sabedoria aos sábios e entendimento aos inteligentes”.

Daniel 2:22 – “Ele revela o profundo e o escondido; conhece o que está em trevas, e com ele mora a luz”.

Daniel 2:23 – “A ti, ó Deus de meus pais, eu Te rendo graças e Te louvo, porque me deste sabedoria e poder; e, agora, me fizeste saber o que Te pedimos, porque nos fizeste saber este caso do rei”.

A primeira coisa que Daniel fez ao receber a revelação foi glorificar o Deus dos Céus. Muitas pessoas agem como cristãos quando se trata de pedir a bênção a Deus, mas agem como ateus quando se trata de agradecer-Lhe pelas bênçãos concedidas. O exemplo de Daniel nos mostra que devemos ser fiéis em todos os momentos.

Daniel 2:24 – “Por isso, Daniel foi ter com Arioque, ao qual o rei tinha constituído para exterminar os sábios da Babilônia; entrou e lhe disse: Não mates os sábios da Babilônia; introduze-me na presença do rei, e revelarei ao rei a interpretação”.

Daniel intercedeu por aqueles homens e o rei lhes poupou a vida. Quantas vezes os injustos são beneficiados pela presença dos justos! Se apenas dez justos pudessem ser encontrados em Sodoma, a multidão de perversos seria poupada por causa deles. Mesmo assim os perversos ridicularizam e perseguem exatamente aqueles, por meio de quem muitas vezes, suas vidas são poupadas.

Daniel 2:25 – “Então, Arioque depressa introduziu Daniel na presença do rei e lhe disse: Achei um dentre os filhos dos cativos de Judá, o qual revelará ao rei a interpretação”.

Arioque tentou dar a Nabucodonosor a impressão de que ele estivera procurando alguém para interpretar o sonho do rei e, como resultado de sua diligente busca, finalmente encontrara. Ele estava ansioso para obter alguma vantagem do que aconteceria a seguir.

Daniel 2:26 – “Respondeu o rei e disse a Daniel, cujo nome era Beltessazar: Podes tu fazer-me saber o que vi no sonho e a sua interpretação?”

O rei parecia estar questionando a habilidade de alguém tão jovem e inexperiente poder fazer aquilo que os seus veneráveis sábios não conseguiram.

Daniel 2:27 – “Respondeu Daniel na presença do rei e disse: O mistério que o rei exige, nem encantadores, nem magos nem astrólogos o podem revelar ao rei”;

Daniel 2:28 – “mas há um Deus no céu, o qual revela os mistérios, pois fez saber ao rei Nabucodonosor o que há de ser nos últimos dias. O teu sonho e as visões da tua cabeça, quando estavas no teu leito, são estas”:

Na presença do rei, Arioque atribuiu a si mesmo a totalidade do mérito de haver encontrado a Daniel. Por outro lado, o jovem hebreu nenhum mérito reclamou para si próprio, dispensando qualquer crédito pessoal pela revelação.

Uma orientação sábia nos adverte: “Cuide dos pensamentos; eles se tornam palavras. Cuide das palavras; elas se tornam ações. Cuide das ações; elas se tornam hábitos. Cuide dos hábitos; eles se tornam caráter. Cuide do caráter; ele determina o seu destino”.

Daniel estava preparado para responder às perguntas do rei terrestre a respeito do sonho porque havia se comunicado primeiro com o Rei Celestial. Devemos aplicar o mesmo princípio às nossas atividades na vida diária, se queremos ser vitoriosos.

Daniel não sentiu vergonha de confessar o seu Deus diante do rei. Mas explicou que não possuía qualquer sabedoria nem conhecimento superior como razão para o que diria ao rei. Atribuiu a revelação e sua explicação completamente a Deus.

O Senhor revelou a Daniel o significado do sonho de Nabucodonosor, e assim o disse:

Daniel 2:29 – “Estando tu, ó rei, no teu leito, surgiram-te pensamentos a respeito do que há de ser depois disto. Aquele, pois, que revela mistérios te revelou o que há de ser”.

Daniel 2:30 – “E a mim me foi revelado este mistério, não porque haja em mim mais sabedoria do que em todos os viventes, mas para que a interpretação se fizesse saber ao rei, e para que entendesses as cogitações da tua mente”.

Daniel 2:31 – “Tu, ó rei, estavas vendo, e eis aqui uma grande estátua; esta, que era imensa e de extraordinário esplendor, estava em pé diante de ti; e a sua aparência era terrível”.

Daniel 2:32 – “A cabeça era de fino ouro, o peito e os braços, de prata, o ventre e os quadris, de bronze”;

Daniel 2:33 – “as pernas, de ferro, os pés, em parte, de ferro, em parte, de barro”.

Daniel 2:34 – “Quando estavas olhando, uma pedra foi cortada sem auxílio de mãos, feriu a estátua nos pés de ferro e de barro e os esmiuçou”.

Daniel 2:35 – “Então, foi juntamente esmiuçado o ferro, o barro, o bronze, a prata e o ouro, os quais se fizeram como a palha das eiras no estio, e o vento os levou, e deles não se viram mais vestígios. Mas a pedra que feriu a estátua se tornou em grande montanha, que encheu toda a Terra”.

O rei nunca havia ouvido um milagre como esse. Ali estava alguém que podia tornar explícitas as particularidades de um sonho sem que tivesse recebido nenhuma pista de ninguém.

Na antiguidade, as pessoas desenvolviam a adoração pública ajoelhando-se aos pés das imagens de seus deuses. Algumas dessas imagens eram muito grandes. Talvez tenha sido por essas duas razões que Deus decidiu revelar os eventos futuros ao rei pagão, utilizando a figura de uma imensa e deslumbrante estátua.

Daniel 2:36 – “Este é o sonho; e também a sua interpretação diremos ao rei”.

Daniel 2:37 – “Tu, ó rei, rei de reis, a quem o Deus do céu conferiu o reino, o poder, a força e a glória”;

Daniel 2:38 – “a cujas mãos foram entregues os filhos dos homens, onde quer que eles habitem, e os animais do campo e as aves do céu, para que dominasses sobre todos eles, tu és a cabeça de ouro”.

Esta declaração torna evidente que a cabeça simbolizava o poderoso e magnífico império babilônico, rico em ouro. Mas a despeito de sua glória, este império devia passar.

Daniel 2:39 – “Depois de ti se levantará outro reino, inferior ao teu; e um terceiro reino, de bronze, o qual terá domínio sobre toda a terra”.

O segundo reino seria a Medo-Pérsia, representada pelo peito e dois braços de prata da estátua – um império mundial proveniente da união entre medos e persas. Em 539 a.C o general persa, Ciro, derrotou o império babilônico e estabeleceu a segunda potência universal.

O profeta de Deus antecipou o destino infeliz de Babilônia, enquanto essa ainda era a metrópole mais importante do mundo, sem qualquer perspectiva de ser destruída por agentes humanos. Em Isaías 45:1 temos uma profecia que, além de citar o nome de Ciro, menciona detalhes de como ele conquistaria a cidade de Babilônia.

Duzentos anos mais tarde, em 331 a.C, a Medo-Pérsia caía diante das forças da Grécia comandadas por Alexandre, o Grande. Este império é representado pelo ventre e quadris de bronze. Este também daria lugar a um outro reino universal.

Daniel 2:40 – “O quarto reino será forte como ferro; pois o ferro a tudo quebra e esmiúça; como o ferro quebra todas as coisas, assim ele fará em pedaços e esmiuçará”.

O ferro simbolizava o tremendo poder do “quarto reino” da terra. O ferro é mais forte do que o ouro, a prata e o bronze. As duas pernas simbolizavam o quarto império. Roma Oriental e Ocidental.

Depois da morte de Alexandre, seu império se enfraqueceu e foi dividido entre facções rivais, até que finalmente em 168 a.C, na batalha de Pidna, o "Império do Ferro", esmagou a Grécia.


De Roma Aos Dias Atuais

O Império Romano foi o que mais durou, o mais extenso e o mais poderoso. O imperador romano, César Augusto, era quem governava quando Jesus nasceu por volta de 2000 anos atrás. Cristo e os apóstolos viveram durante o período representado pelas pernas de ferro.

Daniel 2:41 – “Quanto ao que viste dos pés e dos dedos, em parte, de barro de oleiro e, em parte, de ferro, será esse um reino dividido; contudo, haverá nele alguma coisa da firmeza do ferro, pois que viste o ferro misturado com barro de lodo”.

Daniel 2:42 – “Como os dedos dos pés eram, em parte, de ferro e, em parte, de barro, assim, por uma parte, o reino será forte e, por outra, será frágil”.

Daniel 2:43 – “Quanto ao que viste do ferro misturado com barro de lodo misturar-se-ão mediante casamento, mas não se ligarão um ao outro, assim como o ferro não se mistura com o barro”.

Aqui fica claro que não surgiria novamente um novo e grande império, mas divisões do quarto. Durante o quarto e o quinto séculos da era cristã, mais especificamente em 476 da era atual reinos bárbaros vindo do norte, invadiram o decadente império romano, destruindo as barreiras.

Finalmente, dez das tribos ganharam a maioria do território ocidental de Roma, e dez nações distintas e independentes se estabeleceram dentro das fronteiras da Europa. Os dedos representavam as nações que deram origem à Europa atual. A História confirma que os reinos que resultaram da divisão do Império Romano foram os seguintes:

Francos (França), anglo-saxões (Inglaterra), alemanos (Alemanha), suevos (Portugal), visigodos (Espanha), burgundos (Suíça), lombardos (Itália) e os vândalos, hérulos e ostrogodos que mais tarde foram destruídos.

Daniel disse: “Quanto ao que viste do ferro misturado com barro de lodo, misturar-se-ão mediante casamento, mas não se ligarão uns aos outros, assim como o ferro não se mistura com o barro”.

Durante anos muitos homens tentaram unir esses reinos novamente para formar um quinto império mundial, mas, todos fracassaram. Os casamentos deram-se especialmente entre as casas reinantes.

Quando irrompeu a 1ª Guerra Mundial, quase todos os monarcas da Europa eram parentes. A rainha Vitória da Inglaterra era chamada a “avó da Europa”, pois quase todos os reis pertenciam à sua dinastia.

O rei da Espanha, o czar da Rússia, o rei da Inglaterra, o imperador da Alemanha, etc., todos eram parentes. Nesta guerra brigaram entre si: tios, sobrinhos e avós. O resultado foi que quase todos os reinos caíram e foram substituídos por repúblicas.

Alguns governantes tentaram em vão unir as nações da Europa: Carlos Magno, Luís XIV e Napoleão Bonaparte da França; Carlos V da Espanha; Guilherme II e Adolf Hitler da Alemanha. Todas tentativas frustradas.

Hitler foi o último que tentou unificar as nações da Europa através da 2ª Guerra Mundial (1939 –1945). A História nos revela que todo seu exército foi derrotado pelo frio da Rússia. Através da Natureza, Deus mostrou que nem Hitler, nem ninguém atrapalhariam seu plano. A profecia se mantém em pé: não se uniram!

Esta profecia nos garante que não haverá o quinto império mundial. Os impérios abrangidos pela estátua histórica foram quatro: Babilônia (605 – 539 a.C.); Medo-Pérsia (539 – 331 a.C.); Grécia (331 – 168 a.C.) e Roma (168 a.C – 476 a.D.). Foram estes os quatro impérios mundiais. Qualquer livro de História confirmará a seqüência e as datas.

O notável cumprimento desta profecia constituiu uma prova evidente de que efetivamente “há um Deus nos Céus” que dirige todo o Universo, inclusive esta Terra.

Daniel 2:44 – “Mas, nos dias destes reis, o Deus do céu suscitará um reino que não será jamais destruído; este reino não passará a outro povo; esmiuçará e consumirá todos estes reinos, mas ele mesmo subsistirá para sempre”,

Daniel 2:45 – “como viste que do monte foi cortada uma pedra, sem auxílio de mãos, e ela esmiuçou o ferro, o bronze, o barro, a prata e o ouro. O Grande Deus fez saber ao rei o que há de ser futuramente. Certo é o sonho, e fiel, a sua interpretação”.

Estes reis são as divisões que surgiram com a queda do império romano – as atuais nações da Europa Ocidental. Vivemos no tempo destas nações, no tempo representado pelos dedos dos pés da estátua e por isso concluímos que o estabelecimento do Reino de Deus está próximo.

A figura mais importante no capítulo 2 de Daniel não é Nabucodonosor, nem Daniel, tampouco a estátua. É a Pedra.

Quem é a pedra? – A Bíblia deixa claro que a pedra representa Jesus Cristo (Is 28:16; I Co 10:4; Ef 2:20). O próprio Jesus confirmou isso em Lucas 10:17-18, usando o mesmo símbolo de Daniel. Ele disse a Seu próprio respeito: “A pedra que os construtores rejeitaram, esta veio a ser a principal pedra, angular”.

Aqui, Jesus Se refere a Si próprio como sendo a pedra angular de Isaías. E prossegue: “Todo o que cair sobre esta pedra, ficará em pedaços [ou seja, converter-se-á]; e aquele sobre quem ela cair, ficará reduzido a pó”. A pedra que reduz a pó é a pedra sobrenatural de Daniel.


É importante relembrar que a pedra sobrenatural não feriu a estátua em sua cabeça de ouro (Babilônia), ou em seu peito de prata (Medo-Pérsia), tampouco em seu ventre e coxas de bronze (Grécia), ou mesmo nas pernas de ferro (Roma). A Bíblia diz que ela feriu a estátua nos pés e dedos, e que seria “nos dias destes reis”, ou seja, em nossos dias, que o Deus do Céu estabeleceria um reino que jamais será destruído.

Daniel 2:46 – “Então, o rei Nabucodonosor se inclinou, e se prostrou rosto em terra perante Daniel, e ordenou que lhe fizessem oferta de manjares e suaves perfumes”.

Daniel 2:47 – “Disse o rei a Daniel: Certamente, o vosso Deus é o Deus dos deuses, e o Senhor dos reis, e o revelador de mistérios, pois pudeste revelar este mistério”.

Daniel 2:48 – “Então, o rei engrandeceu a Daniel, e lhe deu muitos e grandes presentes, e o pôs por governador de toda a província da Babilônia, como também o fez chefe supremo de todos os sábios da Babilônia”.

Daniel 2:49 – “A pedido de Daniel, constituiu o rei a Sadraque, Mesaque e Abede-Nego sobre os negócios da província da Babilônia; Daniel, porém, permaneceu na corte do rei”.

Durante algum tempo, Nabucodonosor sentiu-se influenciado a reverenciar o único e verdadeiro Deus. A revelação do futuro do mundo fez com que um rei pagão se prostrasse em reverência ao Rei dos reis.

Não há mais como negar o poder de Deus a autenticar cada linha das Escrituras Sagradas. Nela se podem ver as próprias digitais do Senhor. O fato de que o sonho de Nabucodonosor se cumpriu ao pé da letra nos dá a garantia de que a parte que ainda falta [a pedra] também se cumprirá. A volta de Cristo a este mundo é o último evento desta profecia a se cumprir.

A História do mundo move-se para o glorioso alvo do quinto reino universal – O REINO DE DEUS.

Por centenas de anos a prece “Venha o Teu Reino” tem sido pronunciada por milhões de pessoas. Quando esta prece for respondida, a longa e escura noite de tragédias e tristezas terá o seu fim para sempre. O eterno sonho de todo homem – paz e segurança – se tornará realidade, assim como o sonho de Jesus, que sempre foi o de morar conosco.

“O maior motivo pelo qual Deus nos revelou o breve futuro é simplesmente por que Ele nos ama e quer que cada um de nós esteja preparado para viver em seu reino eterno”.


- Texto da Jornalista Graciela E. Rodrigues, inspirado em palestra do Dr. Mauro Braga, advogado em S. Paulo.

(Fonte: www.iasdemfoco.net)

A verdadeira história do Natal...

A humanidade comemora essa data desde bem antes do nascimento de Jesus. Conheça o bolo de tradições que deram origem à Noite Feliz.

Roma, século 2, dia 25 de dezembro. A população está em festa, em homenagem ao nascimento daquele que veio para trazer benevolência, sabedoria e solidariedade aos homens. Cultos religiosos celebram o ícone, nessa que é a data mais sagrada do ano. Enquanto isso, as famílias apreciam os presentes trocados dias antes e se recuperam de uma longa comilança.
Mas não. Essa comemoração não é o Natal. Trata-se de uma homenagem à data de "nascimento" do deus persa Mitra, que representa a luz e, ao longo do século 2, tornou-se uma das divindades mais respeitadas entre os romanos. Qualquer semelhança com o feriado cristão, no entanto, não é mera coincidência.
A história do Natal começa, na verdade, pelo menos 7 mil anos antes do nascimento de Jesus. É tão antiga quanto a civilização e tem um motivo bem prático: celebrar o solstício de inverno, a noite mais longa do ano no hemisfério norte, que acontece no final de dezembro. Dessa madrugada em diante, o sol fica cada vez mais tempo no céu, até o auge do verão. É o ponto de virada das trevas para luz: o "renascimento" do Sol. Num tempo em que o homem deixava de ser um caçador errante e começava a dominar a agricultura, a volta dos dias mais longos significava a certeza de colheitas no ano seguinte. E então era só festa. Na Mesopotâmia, a celebração durava 12 dias. Já os gregos aproveitavam o solstício para cultuar Dionísio, o deus do vinho e da vida mansa, enquanto os egípcios relembravam a passagem do deus Osíris para o mundo dos mortos. Na China, as homenagens eram (e ainda são) para o símbolo do yin-yang, que representa a harmonia da natureza. Até povos antigos da Grã-Bretanha, mais primitivos que seus contemporâneos do Oriente, comemoravam: o forrobodó era em volta de Stonehenge, monumento que começou a ser erguido em 3100 a.C. para marcar a trajetória do Sol ao longo do ano.
A comemoração em Roma, então, era só mais um reflexo de tudo isso. Cultuar Mitra, o deus da luz, no 25 de dezembro era nada mais do que festejar o velho solstício de inverno – pelo calendário atual, diferente daquele dos romanos, o fenômeno na verdade acontece no dia 20 ou 21, dependendo do ano. Seja como for, esse culto é o que daria origem ao nosso Natal. Ele chegou à Europa lá pelo século 4 a.C., quando Alexandre, o Grande, conquistou o Oriente Médio. Centenas de anos depois, soldados romanos viraram devotos da divindade. E ela foi parar no centro do Império.
Mitra, então, ganhou uma celebração exclusiva: o Festival do Sol Invicto. Esse evento passou a fechar outra farra dedicada ao solstício. Era a Saturnália, que durava uma semana e servia para homenagear Saturno, senhor da agricultura. "O ponto inicial dessa comemoração eram os sacrifícios ao deus. Enquanto isso, dentro das casas, todos se felicitavam, comiam e trocavam presentes", dizem os historiadores Mary Beard e John North no livro Religions of Rome ("Religiões de Roma", sem tradução para o português). Os mais animados se entregavam a orgias – mas isso os romanos faziam o tempo todo. Bom, enquanto isso, uma religião nanica que não dava bola para essas coisas crescia em Roma: o cristianismo.

Solstício cristão
As datas religiosas mais importantes para os primeiros seguidores de Jesus só tinham a ver com o martírio dele: a Sexta-Feira Santa (crucificação) e a Páscoa (ressurreição). O costume, afinal, era lembrar apenas a morte de personagens importantes. Líderes da Igreja achavam que não fazia sentido comemorar o nascimento de um santo ou de um mártir – já que ele só se torna uma coisa ou outra depois de morrer. Sem falar que ninguém fazia idéia da data em que Cristo veio ao mundo – o Novo Testamento não diz nada a respeito. Só que tinha uma coisa: os fiéis de Roma queriam arranjar algo para fazer frente às comemorações pelo solstício. E colocar uma celebração cristã bem nessa época viria a calhar – principalmente para os chefes da Igreja, que teriam mais facilidade em amealhar novos fiéis. Aí, em 221 d.C., o historiador cristão Sextus Julius Africanus teve a sacada: cravou o aniversário de Jesus no dia 25 de dezembro, nascimento de Mitra. A Igreja aceitou a proposta e, a partir do século 4, quando o cristianismo virou a religião oficial do Império, o Festival do Sol Invicto começou a mudar de homenageado. "Associado ao deus-sol, Jesus assumiu a forma da luz que traria a salvação para a humanidade", diz o historiador Pedro Paulo Funari, da Unicamp. Assim, a invenção católica herdava tradições anteriores. "Ao contrário do que se pensa, os cristãos nem sempre destruíam as outras percepções de mundo como rolos compressores. Nesse caso, o que ocorreu foi uma troca cultural", afirma outro historiador especialista em Antiguidade, André Chevitarese, da UFRJ.
Não dá para dizer ao certo como eram os primeiros Natais cristãos, mas é fato que hábitos como a troca de presentes e as refeições suntuosas permaneceram. E a coisa não parou por aí. Ao longo da Idade Média, enquanto missionários espalhavam o cristianismo pela Europa, costumes de outros povos foram entrando para a tradição natalina. A que deixou um legado mais forte foi o Yule, a festa que os nórdicos faziam em homenagem ao solstício. O presunto da ceia, a decoração toda colorida das casas e a árvore de Natal vêm de lá. Só isso.
Outra contribuição do norte foi a idéia de um ser sobrenatural que dá presentes para as criancinhas durante o Yule. Em algumas tradições escandinavas, era (e ainda é) um gnomo quem cumpre esse papel. Mas essa figura logo ganharia traços mais humanos.

Nasce o Papai Noel
Ásia Menor, século 4. Três moças da cidade de Myra (onde hoje fica a Turquia) estavam na pior. O pai delas não tinha um gato para puxar pelo rabo, e as garotas só viam um jeito de sair da miséria: entrar para o ramo da prostituição. Foi então que, numa noite de inverno, um homem misterioso jogou um saquinho cheio de ouro pela janela (alguns dizem que foi pela chaminé) e sumiu. Na noite seguinte, atirou outro; depois, mais outro. Um para cada moça. Aí as meninas usaram o ouro como dotes de casamento – não dava para arranjar um bom marido na época sem pagar por isso. E viveram felizes para sempre, sem o fantasma de entrar para a vida, digamos, "profissional". Tudo graças ao sujeito dos saquinhos. O nome dele? Papai Noel.
Bom, mais ou menos. O tal benfeitor era um homem de carne e osso conhecido como Nicolau de Myra, o bispo da cidade. Não existem registros históricos sobre a vida dele, mas lenda é o que não falta. Nicolau seria um ricaço que passou a vida dando presentes para os pobres. Histórias sobre a generosidade do bispo, como essa das moças que escaparam do bordel, ganharam status de mito. Logo atribuíram toda sorte de milagres a ele. E um século após sua morte, o bispo foi canonizado pela Igreja Católica. Virou são Nicolau.
Um santo multiuso: padroeiro das crianças, dos mercadores e dos marinheiros, que levaram sua fama de bonzinho para todos os cantos do Velho Continente. Na Rússia e na Grécia Nicolau virou o santo nº1, a Nossa Senhora Aparecida deles. No resto da Europa, a imagem benevolente do bispo de Myra se fundiu com as tradições do Natal. E ele virou o presenteador oficial da data. Na Grã-Bretanha, passaram a chamá-lo de Father Christmas (Papai Natal). Os franceses cunharam Pére Nöel, que quer dizer a mesma coisa e deu origem ao nome que usamos aqui. Na Holanda, o santo Nicolau teve o nome encurtado para Sinterklaas. E o povo dos Países Baixos levou essa versão para a colônia holandesa de Nova Amsterdã (atual Nova York) no século 17 – daí o Santa Claus que os ianques adotariam depois. Assim o Natal que a gente conhece ia ganhando o mundo, mas nem todos gostaram da idéia.

Natal fora-da-lei
Inglaterra, década de 1640. Em meio a uma sangrenta guerra civil, o rei Charles 1º digladiava com os cristãos puritanos – os filhotes mais radicais da Reforma Protestante, que dividiu o cristianismo em várias facções no século 16.
Os puritanos queriam quebrar todos os laços que outras igrejas protestantes, como a anglicana, dos nobres ingleses, ainda mantinham com o catolicismo. A idéia de comemorar o Natal, veja só, era um desses laços. Então precisava ser extirpada.
Primeiro, eles tentaram mudar o nome da data de "Christmas" (Christ’s mass, ou Missa de Cristo) para Christide (Tempo de Cristo) – já que "missa" é um termo católico. Não satisfeitos, decidiram extinguir o Natal numa canetada: em 1645, o Parlamento, de maioria puritana, proibiu as comemorações pelo nascimento de Cristo. As justificativas eram que, além de não estar mencionada na Bíblia, a festa ainda dava início a 12 dias de gula, preguiça e mais um punhado de outros pecados.
A população não quis nem saber e continuou a cair na gandaia às escondidas. Em 1649, Charles 1º foi executado e o líder do exército puritano Oliver Cromwell assumiu o poder. As intrigas sobre a comemoração se acirraram, e chegaram a pancadaria e repressões violentas. A situação, no entanto, durou pouco. Em 1658 Cromwell morreu e a restauração da monarquia trouxe a festa de volta. Mas o Natal não estava completamente a salvo. Alguns puritanos do outro lado do oceano logo proibiriam a comemoração em suas bandas. Foi na então colônia inglesa de Boston, onde festejar o 25 de dezembro virou uma prática ilegal entre 1659 e 1681. O lugar que se tornaria os EUA, afinal, tinha sido colonizado por puritanos ainda mais linha-dura que os seguidores de Cromwell. Tanto que o Natal só virou feriado nacional por lá em 1870, quando uma nova realidade já falava mais alto que cismas religiosas.

Tio Patinhas
Londres, 1846, auge da Revolução Industrial. O rico Ebenezer Scrooge passa seus Natais sozinho e quer que os pobres se explodam "para acabar com o crescimento da população", dizia. Mas aí ele recebe a visita de 3 espíritos que representam o Natal. Eles lhe ensinam que essa é a data para esquecer diferenças sociais, abrir o coração, compartilhar riquezas. E o pão-duro se transforma num homem generoso.
Eis o enredo de Um Conto de Natal, do britânico Charles Dickens. O escritor vivia em uma Londres caótica, suja e superpopulada – o número de habitantes tinha saltado de 1 milhão para 2,3 milhões na 1a metade do século 19. Dickens, então, carregou nas tintas para evocar o Natal como um momento de redenção contra esse estresse todo, um intervalo de fraternidade em meio à competição do capitalismo industrial. Depois, inúmeros escritores seguiram a mesma linha – o nome original do Tio Patinhas, por exemplo, é Uncle Scrooge, e a primeira história do pato avarento, feita em 1947, faz paródia a Um Conto de Natal. Tudo isso, no fim das contas, consolidou a imagem do "espírito natalino" que hoje retumba na mídia. Quer dizer: quando começar o próximo especial de Natal da Xuxa, pode ter certeza de que o fantasma de Dickens vai estar ali.
Outra contribuição da Revolução Industrial, bem mais óbvia, foi a produção em massa. Ela turbinou a indústria dos presentes, fez nascer a publicidade natalina e acabou transformando o bispo Nicolau no garoto-propaganda mais requisitado do planeta. Até meados do século 19, a imagem mais comum dele era a de um bispo mesmo, com manto vermelho e mitra – aquele chapéu comprido que as autoridades católicas usam. Para se enquadrar nos novos tempos, então, o homem passou por uma plástica. O cirurgião foi o desenhista americano Thomas Nast, que em 1862, tirou as referências religiosas, adicionou uns quilinhos a mais, remodelou o figurino vermelho e estabeleceu a residência dele no Pólo Norte – para que o velhinho não pertencesse a país nenhum. Nascia o Papai Noel de hoje. Mas a figura do bom velhinho só bombaria mesmo no mundo todo depois de 1931, quando ele virou estrela de uma série de anúncios da Coca-Cola. A campanha foi sucesso imediato. Tão grande que, nas décadas seguintes, o gorducho se tornou a coisa mais associada ao Natal. Mais até que o verdadeiro homenageado da comemoração. Ele mesmo: o Sol. (Texto Thiago Minami e Alexandre Versignassi - Fonte: SuperArquivo)


Religions of Rome - Mary Beard, John North; Cambridge, EUA, 1998
Santa Claus: A Biography - Gerry Bowler, McClelland & Stewart, EUA, 2005

www.candlegrove.com/solstice.html - Como várias culturas comemoram o solstício de inverno.

MÉDICO MIGUÉL SERVET, QUEIMADO VIVO POR NÃO ACREDITAR NA DOUTRINA DA TRINDADE

Miguel Servet, o Médico que Calvino Mandou Matar, Porque não Acreditava na Trindade.

Por: Joffre M. de Rezende


Miguel Servet foi queimado vivo por cerca de 5 horas, com lenhas verdes, só porque não aceitava o ensino da Trindade. João Calvino, fundador da Igreja Presbiteriana, conseguiu o apoio da Igreja católica para queimar este médico que divergia de seus ensinos.
O médico Dr. Miguel Servet, por sinal um excelente médico, que além de descobrir o modo correto da circulação, à despeito daquilo que Galeno erroneamente ensinava na época, era um estudioso meticuloso da Medicina.
Miguel Servet também saia todas as noites do Seminário onde estudava, para dar atendimento médico a doentes acamados em lugarejos pobres e fazia tudo isso "de graça", por amor em ajudar os outros.
Seus inimigos religiosos do Seminário diziam que ele saia à noite para "procurar mulheres". Miguel Servet provou que isto era uma calúnia, pois disse que JAMAIS poderia fazer isso, visto que havia sido "castrado" quando ainda era criança. Como de fato foi mesmo.
Relata-se que enquanto Miguel Servet estava sendo queimado vivo, um bispo se aproximou dele, com o terço na mão e lhe disse: "Miguel, se arrependa em nome do Filho de Deus" Ele respondeu: "Seu hipócrita! Se você mesmo está dizendo que ele é o Filho de Deus, como é que você quer que eu aceite que ele seja o Deus-Filho? E além do mais, visto que vocês estão usando o meu dinheiro, vocês poderiam comprar lenhas secas, assim a minha morte seria mais rápida."
É uma pena que a Inquisição impunha seus conceitos religiosos "à espada e fogo" àqueles que discordavam de seus ensinos.
O nome de Miguel Servet, ou Michael Servetus em latim, acha-se definitivamente incorporado à história da medicina. Servet foi um precursor de Harvey na descoberta da circulação sangüínea. Foi quem primeiro descreveu a circulação pulmonar com exatidão.
Nascido em Aragão, na Espanha, seu verdadeiro nome de família era Michael Villanueva. O nome de Serveto, por ele mesmo adotado, transformou-se em Servet, em francês, e Servetus, em latim.
Espírito irrequieto, combativo, devotado a questões transcendentais de natureza religiosa e filosófica, viveu de 1511 a 1553, em meio às disputas religiosas resultantes da Reforma liderada por Lutero e Calvino.
Estudou leis em Toulouse, teologia e hebraico em Louvain, e medicina em Paris e Montpelier, tendo-se destacado por seu interesse pela anatomia.
Durante toda a sua vida, Servet escreveu sobre questões religiosas e dedicou-se à exegese da Bíblia.
Pregava a volta a um cristianismo "puro", tal como fora ensinado por Jesus. Um dos dogmas da Igreja por ele contestado, e que o fez cair em desgraça, foi o da Santíssima Trindade. As suas idéias e os seus escritos desagradaram tanto aos católicos como aos protestantes.
É interessante conhecer a razão de seu interesse pela circulação pulmonar. Está escrito na Bíblia que "a alma da carne é o sangue" (Lev. 17.11) e que "o sangue é a vida" (Deut. 12.23). No livro dos Salmos (104. 29), por sua vez, a importância da respiração para a manutenção da vida é ressaltada nas seguintes palavras: "se lhes tira a respiração, morrem, e voltam para o seu pó".
Essas passagens bíblicas levaram Servet a estudar a circulação pulmonar, onde o sangue e o ar se misturam, pois no seu entender, o conhecimento da circulação pulmonar conduziria a uma melhor compreensão da natureza da alma.
Sua descrição da circulação pulmonar está assim redigida:
"A força vital provém da mistura, nos pulmões, do ar aspirado e do sangue que flui do ventrículo direito ao esquerdo. Todavia, o fluxo do sangue não se dá, como geralmente se crê, através do septo interventricular. O sangue flui por um longo conduto através dos pulmões, onde a sua cor se torna mais clara, passando da veia que se parece a uma artéria, a uma artéria parecida com uma veia".
Admite-se que Servet tenha realizado observações próprias em animais para chegar a essa conclusão, embora não as tenha mencionado.
A sua descoberta da circulação pulmonar foi divulgada em um livro sobre religião, intitulado Christianismi Restitutio, que foi considerado herege, confiscado e incinerado. Salvaram-se apenas três exemplares, um dos quais se encontra em Paris, outro em Viena e outro em Edimburgo. Uma segunda edição, publicada em Londres em 1723, foi novamente apreendida e incinerada.
Acusado de heresia, Servet foi preso e julgado em Lyon, na França. Conseguiu evadir-se da prisão e quando se dirigia para a Itália, através da Suíça, foi novamente preso em Genebra, julgado e condenado a morrer na fogueira, por decisão de um tribunal eclesiástico sob direção do próprio Calvino.
A sentença foi cumprida em Champel, nas proximidades de Genebra, no dia 27 de outubro de 1553.
Puseram-lhe na cabeça uma coroa de juncos impregnada de enxofre e foi queimado vivo em fogo lento com requintes de sadismo e crueldade.
A sua descoberta foi por muito tempo ignorada pela medicina oficial.
Um monumento em sua memória foi erguido em 1903, em Champel, assinalando o local de sua morte.

Joffre M. de Rezende
Membro da Sociedade Brasileira e da Sociedade Internacional de História da Medicina
Fonte: http://usuarios.cultura.com.br/jmrezende/Servet.htm

Conheça as 46 Diferenças Básicas entre Pastores e Lobos

Pastores e lobos têm algo em comum: ambos se interessam e gostam de ovelhas, e vivem perto delas. Assim, muitas vezes, pastores e lobos nos deixam confusos para saber quem é quem. Isso porque lobos desenvolveram uma astuta técnica de se disfarçar em ovelhas interessadas no cuidado de outras ovelhas. Parecem ovelhas, mas são lobos.

No entanto, não é difícil distinguir entre pastores e lobos. Urge a cada um de nós exercitar o discernimento para descobrir quem é quem.

1. Pastores buscam o bem das ovelhas, lobos buscam os bens das ovelhas.
2. Pastores gostam de convívio, lobos gostam de reuniões.
3. Pastores vivem à sombra da cruz, lobos vivem à sombra de holofotes.
4. Pastores choram pelas suas ovelhas, lobos fazem suas ovelhas chorar.
5. Pastores têm autoridade espiritual, lobos são autoritários e dominadores.
6. Pastores têm esposas, lobos têm coadjuvantes.
7. Pastores têm fraquezas, lobos são poderosos.
8. Pastores olham nos olhos, lobos contam cabeças.
9. Pastores apaziguam as ovelhas, lobos intrigam as ovelhas.
10. Pastores têm senso de humor, lobos se levam a sério.
11. Pastores são ensináveis, lobos são donos da verdade.
12. Pastores têm amigos, lobos têm admiradores.
13. Pastores se extasiam com o mistério, lobos aplicam técnicas religiosas.
14. Pastores vivem o que pregam, lobos pregam o que não vivem.
15. Pastores vivem de salários, lobos enriquecem.
16. Pastores ensinam com a vida, lobos pretendem ensinar com discursos.
17. Pastores sabem orar no secreto, lobos só oram em público.
18. Pastores vivem para suas ovelhas, lobos se abastecem das ovelhas.
19. Pastores são pessoas humanas reais, lobos são personagens religiosos caricatos.
20. Pastores vão para o púlpito, lobos vão para o palco.
21. Pastores são apascentadores, lobos são marqueteiros.
22. Pastores são servos humildes, lobos são chefes orgulhosos.
23. Pastores se interessam pelo crescimento das ovelhas, lobos se interessam pelo crescimento das ofertas.
24. Pastores apontam para Cristo, lobos apontam para si mesmos e para a instituição.
25. Pastores são usados por Deus, lobos usam as ovelhas em nome de Deus.
26. Pastores falam da vida cotidiana, lobos discutem o sexo dos anjos.
27. Pastores se deixam conhecer, lobos se distanciam e ninguém chega perto.
28. Pastores sujam os pés nas estradas, lobos vivem em palácios e templos.
29. Pastores alimentam as ovelhas, lobos se alimentam das ovelhas.
30. Pastores buscam a discrição, lobos se autopromovem.
31. Pastores conhecem, vivem e pregam a graça, lobos vivem sem a lei e pregam a lei.
32. Pastores usam as Escrituras como texto, lobos usam as Escrituras como pretexto.
33. Pastores se comprometem com o projeto do Reino, lobos têm projetos pessoais.
34. Pastores vivem uma fé encarnada, lobos vivem uma fé espiritualizada.
35. Pastores ajudam as ovelhas a se tornarem adultas, lobos perpetuam a infantilização das ovelhas.
36. Pastores lidam com a complexidade da vida sem respostas prontas, lobos lidam com técnicas pragmáticas com jargão religioso.
37. Pastores confessam seus pecados, lobos expõem o pecado dos outros.
38. Pastores pregam o Evangelho, lobos fazem propaganda do Evangelho.
39. Pastores são simples e comuns, lobos são vaidosos e especiais.
40. Pastores tem dons e talentos, lobos tem cargos e títulos.
41. Pastores são transparentes, lobos têm agendas secretas.
42. Pastores dirigem igrejas-comunidades, lobos dirigem igrejas-empresas.
43. Pastores pastoreiam as ovelhas, lobos seduzem as ovelhas.
44. Pastores trabalham em equipe, lobos são prima-donas.
45. Pastores ajudam as ovelhas a seguir livremente a Cristo, lobos geram ovelhas dependentes e seguidoras deles.
46. Pastores constroem vínculos de interdependência, lobos aprisionam em vínculos de co-dependência.

Os lobos estão entre nós e é oportuno lembrar-nos do aviso de Jesus Cristo: “Acautelai-vos, porém, dos falsos profetas, que vêm até vós vestidos como ovelhas, mas interiormente são lobos devoradores” (Mateus 7:15).


Ensino religioso fará parte de acordo assinado por Lula no Vaticano; ONGs reclamam




Em visita ao Vaticano, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva pretende assinar, nesta quinta-feira (13), acordo bilateral com o papa Bento 16. O tratado abordará, entre outros temas, do ensino religioso no país - o que provocou queixas por parte de ONGs ligadas à educação e à liberdade de crença no país.
“A Constituição já prevê ensino religioso, sem especificar a religião. Agora, quando o presidente assina um acordo interpretando esses termos da Lei com o Vaticano, é outra coisa”, diz Salomão Ximenes, da ONG Ação Educativa.
Ele critica, também, o fato de que os termos do acordo só serão conhecidos depois de assinados. “Não houve debate público, ninguém sabe do que fala o texto. Pegou todo mundo de surpresa”, disse.
A ONG pró-aborto Católicas pelo Direito de Decidir também reclamou da medida. “Nós somos católicas, mas nem por isso concordamos com a discriminação das outras religiões. O Brasil não é democrático e laico?”, questionou Regina Soares Jurkewicz.
Da mesma ONG, Marta Elizabeth Vieira teme que o ensino religioso interfira o debate sobre o aborto. “O ensino religioso nas escolas vai formar crianças. Algumas delas vão ser médicos, que vão ter um pensamento católico e se posicionarão de outra maneira na hora de exercer a profissão”.

Itamaraty se defende
Diplomata do Ministério das Relações Exteriores que acompanha Lula em Roma disse, por telefone, que as críticas são infundadas. “Não sei por que tanto barulho. O acordo só reúne leis que já existem e já vigoram no país”, disse.
Segundo ele, o ensino religioso continuará facultativo e plural.
O acordo só será divulgado à imprensa depois de Lula assinar o documento com Bento 16 - o que deverá acontecer por volta das 11h, no horário de Brasília. O encontro será a portas fechadas. (Fonte: BOL)

Vaticano uma biografia não autorizada

Nenhuma história diz tanto sobre os últimos 2 000 anos deste planeta quanto a da Igreja. Pelos corredores do Vaticano passaram reis, guerras, o melhor da arte e até alguns santos.


Era 11 de fevereiro de 1929 e faltava meia hora para o meio-dia quando um Cadillac preto estacionou na frente do Palácio de Latrão, em Roma. As portas do carro se abriram e o homem mais temido da Itália saiu. Era Benito Mussolini, chefe do regime fascista que governava o país. Dentro do palácio – o quartel-general da Cúria Romana, rosto administrativo da Igreja Católica – o papa Pio 11 e seus funcionários mais gabaritados receberam o ditador com apertos de mão. A conversa teve início e Mussolini logo exibiu suas cartas: queria que a Igreja reconhecesse oficialmente o regime – era uma tentativa de neutralizar o adversário Partido Popular. A Igreja também foi clara ao falar de seus objetivos. Pediu o que havia perdido, no século 19, durante o processo de unificação italiana: um Estado soberano. Por volta da 1 da tarde, Mussolini assinou o Tratado de Latrão, que conferia ao papa um território independente dentro de Roma. Em troca, a Igreja reconhecia como legítimo o governo controlado pelo duce.
A rigor, foi nesse dia de inverno, na soturna companhia de um dos mais violentos tiranos do século 20, que nasceu o Estado do Vaticano como ele é hoje: o menor país independente do mundo e a última monarquia absolutista da Europa. Mas o encontro em Latrão foi resultado de uma história muito mais longa, que se en­raíza 2 000 anos no passado – desde um tempo em que o papa era apenas o bispo de Roma, uma entre muitas lideranças de uma seita perseguida. Em seu auge, pontífices se declaravam os “senhores do mundo” e desencadeavam guerras com um sinal-da-cruz. Hoje, o papado é a mais longeva organização internacional da história. De onde veio, e onde foi parar, tanto poder? Para desvendar essa história é preciso retornar às origens do cristianismo, quando Roma virou centro de uma seita judaica nascida nas areias do Oriente Médio.


A primeira Igreja
Certo dia, Jesus passeava pela Judéia, uma das províncias mais pobres do Império Romano – que se estendia da atual Inglaterra ao Iraque. De repente, o Messias olhou para um de seus apóstolos, o pescador Simão, também conhecido como Pedro. E disse: “Tu és Pedro e sobre essa pedra edificarei minha Igreja. Eu te darei as chaves do reino do céu, e o que ligares na Terra será ligado nos céus”. Para o dogma católico, essa passagem do Evangelho de São Mateus significa que Pedro foi escolhido como representante de Cristo na Terra. O primeiro papa.
No início, o cristianismo era uma seita de judeus para judeus. Tanto é verdade que, após a crucificação de Cristo, os apóstolos se mantiveram pregando em Jerusalém. A idéia de que Jesus era o tão aguardado Messias, porém, não pegou entre os judeus. Pelo contrário: os apóstolos foram tão hostilizados que se viram obrigados a se espalhar pelo Oriente Médio e pregar para novos ouvidos. Foi assim que o Messias passou a ser descrito como redentor de todos os homens e de todas as raças. O discurso colou. Comunidades chamadas igrejas – do latim ecclesia, assembléia – pipocaram em cidades da Ásia, África e Europa. E logo chegaram ao centro político de então – a tradição católica assegura que Pedro viajou a Roma por volta do ano 42. A vida na capital não era fácil: os cristãos eram perseguidos por se recusar a adorar deuses romanos. O próprio Pedro foi preso e levado ao Circo de Nero, uma arena usada para corridas de carruagens e execuções de traidores construída num terreno pantanoso nos subúrbios de Roma. A região era conhecida como Vaticanus, provável derivação de Vaticus, antiga aldeia etrusca que existia lá. Nesse lugar misterioso e algo sinistro, Pedro foi crucificado e enterrado. Mas, precavido que era, ele já havia escolhido um sucessor, Lino, romano convertido ao cristianismo sobre o qual quase nada se sabe além do nome. E assim a autoridade de Pedro foi transmitida, como continuaria sendo de geração em geração e de bispo em bispo, até chegar a Bento 16, o 2670 herdeiro de são Pedro – ou 2650, como prefere a Igreja, que riscou de sua lista Estêvão, que morreu apenas 3 dias após ser eleito, e Cristóvão, que tomou o poder à força.
Está aí, em resumo, a tese do “primado de Roma”, segundo a qual os bispos romanos são os representante legítimos de Jesus. Mas os fatos que sustentam esse dogma nunca foram unanimidade. Não há provas da passagem de Pedro por Roma. A Bíblia nada diz a respeito – lendas sobre sua viagem e martírio foram coletadas por volta de 312 d.C., na obra de um propagandista da Igreja, Eusébio de Cesaréia. Comprovar essa tradição sempre foi questão de honra para os papas. Na década de 1930, por exemplo, escavações financiadas pelo Vaticano encontraram um antigo túmulo sob o altar da Basílica de São Pedro – que, de acordo com a tradição, foi erguida sobre a sepultura do apóstolo. Junto aos ossos, os arqueólogos acharam símbolos cristãos, como peixes e cruzes. A descoberta não convenceu todos os especialistas. “Havia cemitérios no Vaticano muito antes de Cristo. O túmulo na basílica talvez nem seja cristão – os romanos pagãos costumavam usar símbolos de todas as religiões”, diz o historiador André Chevitarese, da UFRJ, um dos maiores especialistas brasileiros no assunto.
Como a maioria de seus companheiros, Chevitarese também duvida que Pedro fosse um líder absoluto. “O cristianismo antigo não tinha hierarquia rígida. Havia bispos independentes, com opi­niões diversas sobre doutrina e fé.” Essa fase “democrática” chegou ao fim em 312, quando o imperador Constantino se converteu – e a religião perseguida passou a ser a favorita do Estado. Foi a partir daí que a Igreja se tornou hierárquica. Doações feitas pelos imperadores a enriqueceram – a instituição do celibato foi feita nessa época, para impedir que a fortuna evaporasse entre herdeiros. A proximidade do poder logo subiu à cabeça do bispo romano – que, até então, não era mais nem menos respeitado que líderes de outras comunidades. No final do século 4, os bispos de Roma adotaram o título de papa, “pai”, em grego, sinal de que se consideravam chefes dos outros. Uma espécie de réplica espiritual do imperador.


Trapaça na Idade Média
Na penumbra da sala, um homem escreve sua obra-prima. Ele usa uma pena, tinta preta e folhas de papiro ou pergaminho. Não há certeza quanto à data, algo em torno do ano 750. Um endereço provável é o Palácio de Latrão. O autor seria um certo Cristóforus, secretário do papa Estêvão 20. Certeza mesmo, só em relação à obra: é a Doação de Constantino, a fraude mais bem-sucedida da história.
Para entender o sentido do documento, temos de voltar no tempo. Ao longo do século 5, a parte ocidental do Império Romano foi invadida e devastada por tribos bárbaras. Em 476, Roma foi conquistada. Na confusão da guerra, o papado foi a única instituição organizada que sobreviveu – o papa Leão Magno entrou para o rol dos gênios da diplomacia por ter liderado o Vaticano nessa transição. Quando o rebuliço acabou, a Igreja era dona do mais poderoso dos monopólios: o conhecimento. Religiosos cristãos eram os únicos europeus letrados no início da Idade Média. Fornecendo conselheiros e legisladores para os reinos nascentes, a Igreja ganhou influência sobre os soberanos bárbaros, que começaram a se converter em 508 – o primeiro foi Clóvis, rei dos francos, que mandou batizar seus exércitos com tonéis de água benta.
O autor da Doação de Constantino provavelmente pertencia a uma classe especial de clérigos eruditos: as equipes de falsários que, entre os séculos 6 e 9, trabalhavam nos escritórios papais alterando e inventando documentos para fortalecer a posição dos bispos romanos. A Doação era uma mistura de testemunho e testamento, supostamente assinado pelo imperador Constantino em 315. O texto conta como o imperador foi milagrosamente curado da lepra graças às preces do papa Silvestre. Em troca, transformou os papas em seus herdeiros legais: “A eles deixo a coroa imperial e o governo de todas as regiões do Ocidente, de agora para sempre”.
Ao longo da Idade Média, a Doação foi aceita como documento verídico e invocada por nada menos que 10 papas para reivindicar poderes políticos. Muitos historiadores acreditam que a fraude foi usada pela primeira vez em 754. Nesse ano, Estêvão 20 viajou para encontrar Pepino, rei dos francos. Estêvão procurava ajuda para transformar Roma e as terras vizinhas em território da Igreja – nos dois séculos anteriores, a capital da cristandade havia sido saqueada e dominada por hérulos, godos, bizantinos e lombardos. Pepino, que havia tomado o trono à força, tentava legitimar seu poder. “A Doação foi apresentada pessoalmente por Estêvão a Pepino. O rei franco aceitou o documento como prova da autoridade dos papas – na sociedade iletrada da época, registros escritos despertavam respeito”, escreve o historiador americano Norman Cantor em The Civilization of the Middle Ages (“A Civilização da Idade Média”, sem tradução em português). Pode parecer estranho, mas os invasores tinham uma admiração supersticiosa por seu antigo inimigo, o Império Romano. Os reis bárbaros sonhavam em igualar os antigos imperadores – e Constantino era um dos mais famosos. Depois de ter a coroa consagrada por Estêvão, Pepino partiu para a Itália. Expulsou os lombardos, que dominavam o país na época, e converteu um pedaço da Itália central em território independente, da Igreja. O coração do novo reino era a cidade de Roma e a área vizinha, que hoje forma o Vaticano. Todos os habitantes dessas regiões viraram súditos dos papas, passaram a lhes pagar impostos, a ser julgados e governados por eles. Assim nasceu o Estado Pontifício, que durou até 1870.


Donos do mundo
Na virada do ano 1000, a Europa estava de joelhos. Pela espada dos reis católicos e pelas viagens de missionários, o cristianismo tinha unificado o caleidoscópio cultural do Ocidente numa grande nação espiritual. Na Ásia, porém, a autoridade do papa não era reconhecida. O patriarca de Constantinopla, atual Istambul, considerava-se tão importante quanto seu colega italiano. E ainda havia discordâncias em certos aspectos da liturgia romana, como o celibato e a missa em latim. A rixa explodiu em 1054, quando o papa Leão 90 e o patriarca Cerulário excomungaram um ao outro e romperam relações. Os orientais formaram a Igreja Ortodoxa, enquanto a Igreja Romana se declarou a única, eterna e católica – do grego katholikos, “universal”.
O adversário seguinte dos papas surgiria na forma de um ex-aliado. Na época, a segurança do Estado Pontifício era mantida por tropas do Sacro Império Romano – fundado por Carlos Magno, filho de Pepino. Em troca da proteção, os imperadores exerciam uma pesada influência sobre a Igreja. Na prática, o líder da cristandade era um pau-mandado. Em 1073, surgiu um papa disposto a virar o jogo. Baixinho e de voz aguda, Gregório 70 tinha um temperamento tinhoso, que lhe rendeu o apelido de Santo Satanás. Em um decreto famoso, determinou que os pontífices não só tinham o direito de legitimar soberanos como também podiam depô-los. E declarou que o papa não era só o líder da Igreja mas o “senhor do mundo”. Isso enfureceu Henrique 40, soberano do Sacro Império Romano. Sem pestanejar, Gregório o excomungou. “A excomunhão era uma ferramenta poderosa. O excomungado ficava proibido de ir à missa e receber sacramentos – num tempo em que a religião estava entranhada na vida cotidiana, essa punição era terrivelmente pesada”, diz a historiadora Andréia Frazão, especialista em Igreja medieval. No inverno de 1077, Henrique foi pedir perdão às portas do castelo de Canossa, na Itália, onde o papa se hospedava. O Santo Satanás o obrigou a esperar 3 dias na rua, debaixo de neve, antes de absolvê-lo.
Com o implacável Gregório, o papado passou da defensiva para o ataque. Se antes precisava de proteção, agora se impunha com ameaças de excomunhão. Hoje, os papas se declaram apenas pastores espirituais. Naquela época, eram soberanos políticos com sonhos de hegemonia, dispostos a conquistar o mundo pela cruz e pela espada. A maior prova de poder e ambição veio em 1095, quando Urbano 20 ordenou que os reis cristãos marchassem contra o Oriente Médio para “libertar” Jerusalém, governada por muçulmanos desde o século 7. Cerca de 25 000 peregrinos e guerreiros cristãos começaram a escrever uma das páginas mais brutais da história: as Cruzadas. Durante a tomada de Jerusalém, em 1099, quase todos os judeus e muçulmanos da cidade foram massacrados. Nos 200 anos seguintes, mais 8 cruzadas marchariam sobre a Terra Santa.
Um século depois de Gregório, em 1198, subiu ao trono Inocêncio 30 – o papa mais poderoso da história. Agora o papado era uma potência militar, capaz de contratar os próprios exércitos, e também uma instituição milionária. Camponeses e artesãos europeus eram obrigados a rechear os cofres da Igreja com um décimo de suas rendas anuais, o “dízimo eclesiástico”. A opulência papal era tanta que começou a atrair ódio. Na época de Inocêncio, ganhou força no sul da França uma seita conhecida como catarismo que negava a autoridade do papa e o chamava de filho do demônio. Inocêncio respondeu com fúria ao desafio. Em 1209, convocou uma guerra santa contra a “seita maldita”: aldeias foram queimadas, multidões chacinadas. Para aniquilar o que sobrou do catarismo, Gregório 90, sucessor de Inocêncio, criou em 1233 a Santa Inquisição, tribunal de clérigos com o poder de acusar, julgar e condenar inimigos da Igreja. Com o tempo, o Santo Ofício se espalhou por outros países e passou a perseguir e queimar não só cátaros, mas todos que discordassem dos dogmas católicos – judeus, cientistas, gays. As sociedades cristãs se tornaram perseguidoras e teocráticas. Por outro lado, a estabilidade alcançada na marra alavancou o desenvolvimento que transformaria a Europa na maior potência mundial. Cronistas des­crevem o mais terrível e bem-sucedido dos papas como um sujeito afável que gostava de contar piadas. Mas também fiel a sua passagem favorita da Bíblia, em que Deus diz a Jeremias: “Eu vos alcei por cima das nações e dos reinos para vencer e dominar, para destruir e conquistar”.


Decadência com elegância
Entre os séculos 13 e 15, o sonho da hegemonia implodiu. As Cruzadas acabaram em fiasco: em 1292, os europeus foram definitivamente expulsos pelos sultões islâmicos. Dentro da Europa, os delírios absolutistas do Vaticano revoltaram até o clero. Foi Lorenzo Valla, um sacerdote, que desmascarou a Doação de Constantino, em 1440. Valla provou que o documento estava cheio de erros históricos – de acordo com os biógrafos antigos, Constantino nunca sofreu de lepra. O prestígio espiritual da Santa Sé foi estremecido – as excomunhões perderam a eficácia e os reis começaram a peitar os papas. Enquanto isso, a educação deixava de ser privilégio do clero, universidades pipocavam pela Europa, a ciência e a arte vicejavam: era o Renascimento.
A influência mundial esmorecia, mas os papas ainda eram príncipes ricos e poderosos em seu território. E, aos poucos, a boa vida afrouxou os costumes da Igreja. O celibato passou a ser um detalhe esquecível e Roma mergulhou numa luxuriosa dolce vita. A carreira eclesiástica virou ímã para oportunistas in­­teressados na fortuna da Igreja. Exemplo máximo foi Rodrigo Borgia (ou Alexandre 60), eleito papa em 1492 graças à pesada propina distribuída aos eleitores – pesada mesmo: eram 4 mulas carregadas de ouro. Bonitão e sedutor, Alexandre tinha duas amantes oficiais, deu festas de arromba no Palácio Apostólico e gerou 7 filhos conhecidos, alguns presenteados com rentáveis cargos eclesiásticos.
Apesar da má fama, os papas da Renascença souberam usar sua riqueza para deixar um legado cultural exuberante. Construíram bibliotecas, ergueram monumentos e transformaram a cidade em um tesouro para os olhos. O maioral entre os papas da arte foi Júlio 20, que subiu ao poder em 1503. Pai de 3 filhas, em vez de rezar missas de batina ele preferia comandar exércitos, vestido em sua armadura de prata. Nos intervalos entre batalhas, o papa guerreiro patrocinou alguns dos maiores gênios da época, como os pintores Michelangelo e Rafael. Com a proteção e os salários pagos pelo Vaticano, eles realizaram obras-primas como as incríveis pinturas no teto da capela Sistina, de Michelangelo.
Foi justamente a admirável extravagância de Júlio que detonou a pior crise na história da Igreja. Em 1505, o papa começou a reconstrução da Basílica de São Pedro, no Vaticano, que estava em ruínas. Para financiar as obras, autorizou todas as igrejas da Europa a vender “indulgências” – documentos que davam absolvição total dos pecados em troca de dinheiro. Isso enfureceu o monge alemão Martinho Lutero, que em 1517 publicou 95 teses denunciando a corrupção da Igreja. Começava a Reforma Protestante. Pouco depois, cristãos da Alemanha, da Holanda e da Europa Central já renegavam a autoridade do papa e a supremacia de Roma. O continente mergulhou em dois séculos de guerras religiosas.


Medo da modernidade
Mas a Igreja ainda tinha dias piores “pela frente”. No século 18, a Europa viu o florescimento do Iluminismo, movimento filosófico que colocava a razão e a ciência no centro do mundo e questionava o valor absoluto da fé e das tradições. Pensadores iluministas, como o francês Voltaire, defendiam que todos os homens nascem iguais e têm o direito de escolher a própria religião. Esse novo jeito de pensar passou dos intelectuais para as massas: em 1789, a Revolução Francesa guilhotinou privilégios (e padres) e desapropriou terras da monarquia e da Igreja. Firmava-se o divórcio litigioso entre religião e Estado no Ocidente. De patrono das artes, o papado virou inimigo do progresso, entrando numa fase de pânico apocalíptico em relação a tudo o que cheirasse a modernidade – condenava até ferrovias e iluminação a gás. No século 19, a moralidade rígida era de novo a norma do Vaticano. O papa, que antes acumulava funções de político e soldado, passou a ser visto pelos fiéis como um santo vivo, casto e distante.
Em 1870, um movimento nacionalista unificou a colcha de retalhos que era a Itália e transformou as terras papais em propriedades do novo Estado. No início do século 20, o sucessor de Pedro estava pobre e reduzido a uma nulidade política. Os palácios do Vaticano caíam aos pedaços, com esgotos entupidos e ratos. Foi nesse aperto que Pio 11 assinou o controverso Tratado de Latrão, que incluía não apenas um território soberano mas também uma doação de cerca de US$ 90 milhões – o suficiente para tirar as contas do vermelho. Foi uma bela virada. Hoje, o Vaticano divulga lucros anuais de mais de US$ 200 milhões, incluindo doações de dioceses e investimentos em empresas européias.
O pacto com Mussolini foi terrível para a imagem do Vaticano. No fim da vida, Pio 11 repensou suas alianças e escreveu uma encíclica condenando o anti-semitismo – na época, Hitler já tinha dado a largada para o Holocausto. Diz a história que faltavam dois dias para a publicação do texto quando ele morreu, em 1939. Numa decisão desastrosa, o sucessor, Pio 12, arquivou a encíclica redentora: ele via no regime nazista um incômodo necessário na luta contra a maior das ameaças, o comunismo. “Mesmo após o início da 2a Guerra Mundial, Pio 12, um papa eloqüente, que fazia milhares de discursos sobre todos os assuntos possíveis, jamais denunciou os crimes nazistas. Adolf Hitler, que se dizia católico, nunca foi excomungado”, escreve o teólogo alemão Hans Kung em Igreja Católica.
Em 1958, a morte de Pio 12 deu início a um dos conclaves mais agitados do século 20. Para impedir a eleição de um conservador, cardeais progressistas votaram em peso em Angelo Roncalli (ou João 23), que quase com 80 anos parecia inofensivo. Nem bem subiu ao poder, o velhinho bonachão surpreendeu até os liberais ao convocar o Concílio Ecumênico Vaticano 20 – o objetivo, nas palavras do próprio João, era “atualizar” a Igreja. Concílios – ou seja, assembléias universais de bispos – ocorriam desde o início do cristianismo e eram um resquício de sua democracia primordial. Mas, desde a Idade Média, as decisões eram controladas ou censuradas pelo tacape do papa de plantão e seus funcionários mais próximos. A proposta radical de João 23 era afrouxar a hierarquia e dar mais poder de decisão aos bispos reunidos.
O concílio trouxe mudanças antes impensáveis. Entre outras coisas, reconheceu o direito de cada indivíduo escolher a própria religião – o que abriu canais de diálogo com outras crenças. A liturgia foi reformada e as missas passaram a ser rezadas nas línguas locais, e não em latim. Mas João morreu de câncer em 1963, deixando o concílio pela metade. Seu sucessor, Paulo 60, permitiu-se dominar pela ala conservadora e barrou a mais importante de todas as propostas: uma revisão do “primado de Roma”, a tese que sustenta a autoridade suprema dos papas. “Houve tristeza e indignação entre os bispos reunidos. Mas ninguém protestou em público”, escreve Kung, um dos teólogos progressistas que participaram do concílio – e também um indignado tardio, que só tornou pública sua revolta a partir de 1970, quando passou a publicar livros criticando a doutrina absolutista do Vaticano.A luta pela alma da Igreja Católica continua. João Paulo 20, que sempre foi um carismático e popular conservador, não mexeu em doutrinas controversas, como a condenação dos anticoncepcionais. As perspectivas para uma futura reforma do papado são nebulosas. Por volta de 2001, Hans Kung e outros teólogos liberais fizeram lobby por um Concílio Vaticano 30 – mas a idéia foi barrada pela Congregação para a Doutrina da Fé, novo nome para um velho órgão: a Inquisição. Hoje, claro, ela não queima ninguém, mas ainda tem o poder de travar mudanças nos dogmas e censurar teólogos moderninhos, como fez com o brasileiro Leonardo Boff, proibido de falar em público após criticar a postura centralizadora da Igreja. Na época em que o novo concílio foi recusado, o cabeça do Santo Ofício era um certo cardeal alemão, conhecido como intelectual brilhante. Amigo de Kung nos anos 60, ele simpatizava com a ala progressista. Mas mudou de idéia. Afastou-se do antigo companheiro e se tornou porta-estandarte da facção conservadora. Hoje, anda ao lado de cardeais como Giacomo Biffi, que durante o sermão da Quaresma deste ano na Santa Sé afirmou que a vinda do anticristo se aproxima – e que o enviado do Diabo estará disfarçado de “ecologista, pacifista ou ecumenista”. O nome desse cardeal alemão, você já deve ter adivinhado. É Joseph Ratzinger.
Hoje, a escolha de um novo papa é um dos rituais mais inflexíveis da Igreja. Mas até o século 11 a coisa era um legítimo pandemônio. Na Antiguidade e no início dos tempos medievais, as eleições eram feitas por aclamação – povo e clero se reuniam e gritavam o nome do sucessor. Funcionava tão bem quanto as competições em que o auditório decide o vencedor. Em 366, por exemplo, dois homens se declararam vencedores: Ursino e Dâmaso. O impasse se resolveu no tapa. Dâmaso, depois canonizado, enviou mercenários para trucidar o rival em uma igreja. Mais tarde, o direito de votar ficou limitado a padres de Roma e bispos das cidades vizinhas. O problema é que, entre os séculos 8 e 11, o clero era controlado por aristocratas que impunham sua vontade na base de subornos e ameaças.
Quem colocou ordem na casa foi Gregório 7º. Em 1073, ele determinou que os papas deveriam ser eleitos exclusivamente pelos cardeais. Logo um novo problema surgiu: intrigas e debates faziam a escolha demorar meses. Em 1268, após a morte de Clemente 4º, as reuniões se estenderam por 3 anos. Furiosos com a demora, os habitantes da cidade de Viterbo – onde estavam reunidos os clérigos – trancafiaram o grupo de eleitores dentro de um palácio e os deixaram a pão e água até que chegassem a um acordo.O papa seguinte, Gregório 10, tratou de prevenir futuras trapalhadas estabelecendo regulamentos rígidos. A eleição, que antes era pública, se tornou secreta. Manteve-se o costume de trancar os cardeais até o fim das votações – daí o nome conclave, do latim cum clavis, com chave. Desde o século 19, a votação é feita na capela Sistina – as cédulas de papel são depositadas no altar, sob as pinturas de Michelangelo. Quando um nome recebe pelo menos dois terços dos votos, está eleito o papa – e as cédulas, queimadas numa lareira do Palácio Papal, produzem aquela festejada fumacinha branca, sinal de que o catolicismo tem um novo líder.


756
Até o século 8, os papas tinham apenas propriedades privadas, casas, palácios, campos aráveis. Mas, em 756, o rei franco Pepino transformou as regiões da Romagna, Emilia e Ravena em território da Santa Sé. Lá, o papa era rei. O Estado Pontifício incluía cidades importantes e ricas, como Bolonha, Orvieto e Roma.
Século 16
Na Renascença, o Estado Pontifício atingiu seu tamanho máximo – o papa Júlio 2º conquistou e anexou as regiões de Ferrara, Módena e Parma. Uma inteligente política cultural e financeira transformou o Estado Pontifício em um território rico, fazendo de Roma a capital intelectual, e não só religiosa, do Ocidente.
Século 19

Após a Revolução Francesa, em 1789, os papas se tornaram governantes retrógrados. Condenavam tudo o que parecesse moderno e proibiram até a construção de ferrovias, pontes e a iluminação a gás no Estado Pontifício – que acabou virando o mais atrasado da Europa. A maior parte do reino papal acabou conquistada por Vitor Emanuel, o aristocrata que unificou a Itália. O último bastião, as terras ao redor de Roma, caiu em 1870. (Texto José Francisco Botelho - Fonte: SuperArquivo)


Biografia Não Autorizada do Vaticano
Santiago Camacho, Planeta, 2006.
Igreja Católica
Hans Kung, Objetiva, 2002.
Santos e Pecadores, a História dos Papas