
O doutor Trigg destaca ainda que, curiosamente, as pessoas que vivem nas cidades de países mais desenvolvidos são menos propensas a serem religiosas do que as que vivem no campo ou em áreas economicamente menos desenvolvidas.
Realizado em Oxford, um dos estudos conduzidos pela equipe concluiu que crianças com menos de cinco anos de idade são mais propensas a crer em situações “sobrenaturais” do que a entender as limitações dos seres humanos. Nesse experimento, perguntava-se às crianças se as mães delas sabiam que objeto estava guardado em uma caixa fechada. Crianças de três anos de idade acreditavam que suas mães e Deus sempre sabiam qual era o conteúdo, mas a partir dos quatro as crianças começavam a entender que suas mães não eram oniscientes.
Outro estudo feito na China mostrou que pessoas de diferentes culturas creem instintivamente que alguma parte de sua mente, alma ou espírito sobrevive de alguma forma após a morte.
O diretor do projeto, Dr. Justin Barret, do Centro de Antropologia e Mente da Universidade de Oxford, afirma que a fé é um fenômeno que subsiste nas diversas culturas do mundo porque as pessoas que compartilham os laços da religião “são mais propensas a cooperar com a sociedade”.
Ele faz questão de enfatizar que “o projeto não se dispôs a provar que Deus ou deuses existem”. O doutor Trigg entende ainda que “tanto ateus quanto as pessoas religiosas podem utilizar o estudo para defender seu ponto de vista”. “Richard Dawkins aceitaria nossas conclusões e diria que temos de evoluir para sair disso. Mas as pessoas de fé podem argumentar que a universalidade do sentimento religioso serve ao propósito de Deus. Se existe um Deus, então Ele teria nos dado inclinações para procurá-Lo”, conclui.
Os eruditos de Oxford acreditam fortemente que a religião não vai se enfraquecer, como muitos especulam. [Fonte: Networkedblogs]