Há uma grande diferença entre praticar uma religião e experimentar um relacionamento com Deus. Há uma grande diferença entre religião e salvação. Há muitas religiões, mas um só Deus e um só Evangelho. Religião vem dos homens; "O Evangelho é o poder de Deus para a salvação por meio de Jesus Cristo". Religião é o ópio do povo; Salvação é presente de Deus ao homem perdido. Religião é história do homem pecador que precisa fazer alguma coisa para o seu deus imaginado. O Evangelho nos diz o que o Deus Santo fez pelo homem pecador. Religião procura um deus; O Evangelho é a Boa Nova de que Jesus Cristo procura o homem que se encontra no caminho errado. "Porque o Filho do Homem veio salvar o que se havia perdido" (Mateus 18:11). O Evangelho muda o ser humano por dentro por meio da presença do Espírito Santo de Deus em seu coração. Nenhuma religião tem um salvador ressuscitado, que perdoa os pecados e dá vida eterna, pois só Jesus Cristo venceu a morte. Por isso, dirija-se só a Jesus Cristo. Ele é o único que pode perdoar os seus pecados e lhe dar vida nova nesta vida e vida eterna no reino de Deus. "Crê no Senhor Jesus, e serás salvo" (Atos 16:31). "E o sangue de Jesus , Seu Filho, nos purifica de todo o pecado" (I João 1:7). Receba a Jesus AGORA em seu coração como seu Salvador e como único Senhor de sua vida. "Hoje, se ouvirdes a sua voz, não endureçais os vossos corações"; "Hoje é o dia da Salvação". E depois de aceitar a Cristo Ele diz: "Se me amais, guardai os meus mandamentos" (João 14:15). "Se guardardes os meus mandamentos, permanecereis no meu amor; do mesmo modo que eu tenho guardado os mandamentos de meu Pai, e permaneço no seu amor" (João 15:10). "Aquele que tem os meus mandamentos e os guarda esse é o que me ama; e aquele que me ama será amado de meu Pai, e eu o amarei, e me manifestarei a ele" (João 14:21).

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DOUTRINA DA REVELAÇÃO - PARTE II


O CONTEXTO HISTÓRICO DA DOUTRINA DA REVELAÇÃO


Por: Jorge Schemes*

I – A TRADIÇÃO CRISTÃ

Na idade média havia os escolásticos que falavam basicamente de três coisas:
1. A existência de Deus.
2. A essência de Deus.
3. Os atributos de Deus.
O mais famoso escolástico foi Thomas de Aquino. A teologia natural surgiu pela via da existência de Deus e sua essência. As portas foram abertas para o racionalismo. Os escolásticos procuravam conhecer a Deus por meio da razão. Para eles há dois caminhos que conduzem a Deus: pelo método descendente e pelo método ascendente.
1. Método descendente – A revelação excede a razão humana. Há as verdades da fé e da revelação. Essas verdades da fé não são contrárias a razão, mas somente por meio da fé se pode chegar até elas.
2. Método ascendente – É possível chegar a Deus por meio da razão.
Thomas de Aquino estabelece uma diferença entre Acire (razão, entender) e Credere (fé, crença). Calvino e Lutero concordaram com os escolásticos que por meio da razão é possível chegar ao conhecimento de Deus, todavia nunca se chegará a um conhecimento completo. Lutero usa fortes expressões para descrever a incapacidade humana de conhecer a Deus em sua essência. Ele diferencia o Deus Absconditus e o Deus Revelatus. Mesmo quando alguém conhece a Deus como Deus Revelatus, Deus permanece um mistério, pois deus não revela sua essência. Mesmo quando Deus se revela, deus permanece escondido.
Toda revelação necessária está contida nas Sagradas Escrituras. A escritura é infalível. Para Lutero, a revelação de deus é uma forma de máscara. Deus em sua natureza e majestade tem que ser deixado de lado, o que nos são os seus atributos e não a sua essência. Calvino tem uma posição semelhante a de Lutero, mas foi mais forte ainda. Para Calvino, a essência de Deus não interessa, nosso interesse prático está nos seus atributos. Podemos conhecer algo de deus por meio da natureza como uma fonte de revelação. Todavia este conhecimento de Deus não depende do homem, pois é sempre posterior e vem depois da revelação de Deus. Há um senso de divindade gravado no ser humano (sensus divinitatis), um sentido de divindade dentro do homem que o acompanha desde a criação. Contudo, depois da queda do homem este sensus divinitatis está em um estado de malícia, obscurecido. Nesta condição o homem não pode conhecer a Deus. O problema está conosco em ver ou não ver a essência de Deus. Para Calvino as escrituras são essenciais, por meio da revelação especial (a Palavra de Deus) e sob a iluminação do Espírito. Assim, para Calvino, o Deus da razão é um falso Deus, pois é o Deus de Aristóteles, composto de puro pensamento, mas não é amor. Assim, conhecer a Deus não depende tanto do intelecto, mas sim do coração humano. Por essa razão a revelação especial é necessária.

II - DEÍSMO

No final do século XVII e início do século XVIII, entram em cena os deístas e surge uma ruptura com a doutrina tradicional acerca da revelação especial. Os deístas criam na razão com profundidade de fé. Com eles a apelação em matéria de fé era feita com a razão e não mais com a revelação. Há uma norma extrabíblica para julgar a fé. Os deístas rejeitam completamente a necessidade da revelação. A religião verdadeira está fundamentada na razão. A ênfase deísta está na transcendência de Deus. O deismo pode ser considerado neste aspecto uma reversão ou volta ao escolasticismo, ou um regresso a crença escolástica da teologia natural, mas com uma diferença fundamental: a revelação especial foi completamente rejeitada. Assim, escolásticos e deístas tinham a mesma postura, porém, os deístas acreditam que a revelação não acrescenta nada que o homem não possa descobrir por meio de suas próprias habilidades. Enquanto os escolásticos defendiam a idéia da teologia natural, os deístas enfatizavam a razão e somente a razão como meio de chegar até Deus, sem a necessidade da revelação especial, rejeitando-a completamente.
As idéias deístas tiveram grande repercussão no Iluminismo, e dentre alguns pensadores destaca-se Emmanuel Kant. Os deístas argumentavam que a razão é independente e não necessita de nenhuma revelação especial. Deus existe porque o mundo necessita de um criador. Assim como um relógio necessita de um relojoeiro. Deus é um criador ausente porque ele não se comunica. Não há necessidade de comunicação divina porque Deus é transcendente, ou seja, Deus criou, mas abandonou a sua criação. Os deístas investiram a razão com uma autoridade suprema e rejeitaram a revelação presente na crença tradicional. A revelação não é mais o critério, mas a razão. Os milagres bíblicos são rejeitados e as doutrinas nada mais são do que erros de observação e um entendimento defeituoso.

III - ILUMINISMO

O Iluminismo foi o maior florescimento do racionalismo, ocorrido no século XVIII. Foi marcado fortemente por uma hostilidade à idéia de uma revelação sobrenatural. E. Kant (1727-1804) foi o personagem pelo qual o Iluminismo atingiu seu clímax. O que é o Iluminismo em síntese? Nada mais é do que a emergência do homem de sua imaturidade; é o homem aprendendo a pensar por si mesmo sem nenhuma dependência de autoridade exterior, quer seja essa autoridade a Bíblia, a Igreja ou o Estado. Kant concordou emm parte com os deístas quando defendeu a idéia de que o conhecimento depende dos sentidos, de noções de tempo e espaço e da relação de causa e efeito. Todavia, uma vez que o conhecimento das coisas materiais é condicionado por tempo e espaço, causa e efeito, então todo conhecimento além da atividade física também depende dos sentidos. Desta maneira, o conhecimento teológico envolve algumas contradições, ou seja: a mente humana não é capaz de conhecer a Deus e nenhum conhecimento metafísico é possível. A mente humana não está preparada para descobrir a Deus, logo, é impossível conhecê-lo. Kant dizia que a mente humana não está equipada para conhecer o metafísico. A razão pura não pode encontrar a Deus. Desta forma, deus tem que ver com a ética, com a vida moral e as demandas morais da vida. Deus só pode ser conhecido pela ética. Kant estava certo ao afirmar que a razão humana não pode conhecer a Deus, todavia para os cristãos o grande obstáculo para isso é o pecado. A teoria Kantiana invalidou qualquer tipo de comunicação vinda de Deus. Kant reduziu a religião aos limites da razão pura. Defendeu uma ética, mas uma ética sem dono do ponto de vista cristão. Para ele religião é razão pura, rejeitando a revelação e dando uma visão humanista. Considerado o maior filósofo do Iluminismo, Kant negou a possibilidade de conhecer a Deus. O Iluminismo teve impactos sobre aspectos da ortodoxia protestante que até agora ainda não foram restaurados.
Frederic Schleiermacher, teólogo alemão (1768-1834) trouxe uma proposta inversa para dentro do cristianismo. O desfio levantado pelo racionalismo foi enfrentado pelo cristianismo com uma outra escola de pensamento, a escola Romancista. Essa categoria filosófica colocava os sentimentos em importância. Schleiermacher pode ser considerado o pai espiritual dos pentecostais, pois enfatizava o subjetivismo e os sentimentos. É considerado o pai da teologia liberal. Schleiermacher era filho de um pai calvinista que era capelão do exército. Desgostoso com o frio racionalismo, em reação tentou revitalizar o cristianismo e reabilitá-lo diante dos intelectuais. Afirmava que religião nada tem que ver com a razão, mas sim com os sentimentos (Gefuhl). Um sentimento filosófico de absoluta dependência de Deus. Religião vem de dentro e não de fora. A ênfase está na imanência e não na transcendência de Deus. Não temos que perceber deus pela razão. Para ele a Bíblia é o resultado dos gênios religiosos e não se trata de revelação. Para Schleiermacher revelação não é a interferência do céu em nosso mundo, pois não há revelação especial, mas é a manifestação do mundo natural. Assim, revelação é uma manifestação do conhecimento dentro do mundo natural; é uma dimensão do conhecimento dentro do mundo natural; revelação é uma descoberta porque emerge, surge, vem de dentro e não de fora. G. Hegel (1770-1831) compartilhava da mesma idéia de Schleiermacher, todavia é mais filosófico. Hegel afirmava que Deus pode ser descoberto independentemente de uma revelação especial. Deus é um conjunto de transcendência (Panteísmo).


*Jorge Schemes:

Bacharel em Teologia Línguas Bíblicas – Grego e Hebraico.

Licenciado em Pedagogia com Habilitação em Séries Inicias e Administração Escolar.

Licenciado em Ciências da Religião.

Pós-Graduado em Interdisciplinaridade e Metodologia do Ensino Superior.

Pós-Graduado em Psicopedagogia Clínica e Institucional.

Professor de Filosofia da Educação e Educação Não-Formal na FEJ – ACE.

Professor de Religião no Instituto de Parapsicologia de Joinville.

Professor de Metodologia Científica na Escola Superior de Teologia e Filosofia do Brasil – ESTEFIB.

Técnico Pedagógico na GEECT - Gerência da Educação, Ciência e Tecnologia de Joinville, SC.

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